Considerando uma das características do processo de formação da modernidade no Brasil, ou seja, a natureza controlada desse processo, bem como a sua não espontaneidade enquanto produto do próprio fluxo histórico para a constituição do que Fernandes (2006) denominou como ordem social competitiva, é notável a presença dos(as) intelectuais na produção e circulação de ideias, dos grandes debates teóricos e mesmo na atuação direta no próprio Estado. Segundo Pécaut (1990), duas gerações de intelectuais em especial assumiram para si uma tarefa de vocação histórica como demiurgos da nação brasileira: a geração dos anos 1920-1940 e a geração dos anos 1954-1964. Dois breves raciocínios se fazem necessários aqui: em primeiro lugar, uma definição a respeito do conceito de intelectual, e, em segundo lugar, uma breve reflexão em torno de algumas razões para essa centralidade dos(as) intelectuais na trajetória política brasileira.