OBJETIVO: Comparar as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde das redes públicas e privadas durante a pandemia de COVID-19.
MÉTODOS: A partir de um formulário disponibilizado via online para profissionais de saúde, foi questionado quais as principais dificuldades no enfrentamento da pandemia de COVID-19 como: falta de EPIs, leitos, profissionais, número de pacientes, recebimento de treinamento especializado nos sistemas de saúde público e privado.
RESULTADOS: Foram obtidas 389 respostas. Entre as pessoas que o preencheram, 256 eram pertencentes apenas ao setor público e 82 apenas ao setor privado, sendo que 52 delas trabalhavam em ambos. Foi possível perceber a desproporcionalidade de dificuldades encontradas nos dois setores, tendo os profissionais da rede pública se deparado com mais problemas. A falta de EPIs, por exemplo, se demonstrou maior no setor público. 42,6% dos seus integrantes que responderam à pesquisa relataram sua escassez em algum momento, sendo que apenas 17,1% dos integrantes da rede privada o fizeram. Quanto ao número de profissionais infectados, o âmbito público também apresentou desvantagens, uma vez que 33,6% dos participantes da rede pública foram infectados, um número maior que o 20,7% resultante do âmbito privado. A diferença na falta de leitos, entretanto, não foi estatisticamente relevante pelo chi-quadrado.
CONCLUSÃO: Concluímos que em muitos quesitos, os profissionais integrantes da rede pública estão em desvantagem em relação aos da rede privada. Fatores como a falta de EPIs e número de profissionais infectados se mostraram altamente desproporcionais em ambos os setores.
OBJECTIVE: To compare the difficulties faced by the public and private systems’ healthcare systems professionals during the COVID-19 pandemic.
METHODS: Through an online form, which was sent to healthcare professionals, it was asked what the main difficulties they had to face during the pandemic were, such as the lack of PPEs, beds, professionals, the large number of patients, as well as the proper training in both the public and private sectors.
RESULTS: There 389 forms received. Among the people who answered the form, 256 worked only at the public sector, while only 82 worked at the private sector, and 52 of them worked at both. It was possible to realize the disproportionality of the hardships faced by them in both sectors. Regarding the public workers, 42% of those who answered the form faced lack of PPEs, while this number is only 17.1% when it comes to the private sector. As for the number of infected professionals the public scope was also in disadvantage, 33.6% of them were infected, a larger number compared to the 20.7% that showed up in the private scope. The difference between the lack of beds, however, was not statistically relevant according to the chi-square test.
CONCLUSION: We concluded that in many ways, as expected, the members of the public system are in disadvantage when compared to the ones in the private one. Factors such as the lack of PPEs and number of infected professionals were extremely out of proportion between both sectors.