Ciclo hidrológico

Brazilian Journal Of Biology

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ISSN: 15196984
Editor Chefe: Takako Matsumura-Tundisi
Início Publicação: 31/12/1940
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Biologia geral

Ciclo hidrológico

Ano: 2011 | Volume: 71 | Número: Suplemento
Autores: GONÇALVES, HC, Mercante, Ma, SANTOS, ET
Autor Correspondente: Gonçalves HC | [email protected]

Palavras-chave: pantanal do brasil, recursos hídricos, regime hidrológico

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O ciclo hidrológico do Pantanal guarda um significado importante na bacia do Alto Paraguai, a qual compreende duas
áreas em condições consideravelmente diversas no que se refere aos recursos hídricos e naturais, o planalto e a planície.
Sob o enfoque de função ecossistêmica, o fluxo hidrológico na relação planalto-planície é importante para a criação
de nichos reprodutivos e alimentares para a biodiversidade regional. Em geral, a declividade dos rios no planalto é de
0,6 m/km enquanto que a declividade na planície é de 0,1 a 0,3 m/km, e o ambiente na planície é caracteristicamente
sazonal e mantém uma diversidade de espécies exuberantes em abundância, inclusive de animais ameaçados de extinção.
Ao encontrar a planície, a superfície plana faz diminuir o fluxo de água no leito dos rios e, na época de chuva, os rios
transbordam seus leitos, inundando a planície. A precipitação média anual da bacia é de 1.396 mm, variando entre
800 mm e 1.600 mm, e as maiores chuvas são observadas na região do planalto. A baixa capacidade de drenagem dos
rios e lagos que formam o Pantanal e o clima da região fazem com que, aproximadamente, 60% de todas as águas
provenientes do planalto sejam perdidas por evaporação. A bacia do Alto Paraguai, incluindo o Pantanal, embora
tenha abundante disponibilidade de recursos hídricos, apresenta situações de escassez em determinadas sub-bacias e
em determinadas épocas do ano. As condições climáticas por si só não são suficientes para explicar as diferenças que
são observadas no regime do rio Paraguai e de alguns de seus afluentes. A complexidade do regime hidrológico do
rio Paraguai está relacionada à baixa declividade dos terrenos que integram as planícies e pantanais mato-grossenses
(de 50 a 30 cm/km no sentido leste-oeste e de 3 a 1,5 cm/km de norte para o sul) e também à extensão da área que
permanece periodicamente inundada com grande volume de água.



Resumo Inglês:

The Pantanal hydrological cycle holds an important meaning in the Alto Paraguay Basin, comprising two areas with
considerably diverse conditions regarding natural and water resources: the Plateau and the Plains. From the perspective
of the ecosystem function, the hydrological flow in the relationship between plateau and plains is important for the
creation of reproductive and feeding niches for the regional biodiversity. In general, river declivity in the plateau is
0.6 m/km while declivity on the plains varies from 0.1 to 0.3 m/km. The environment in the plains is characteristically
seasonal and is home to an exuberant and abundant diversity of species, including some animals threatened with
extinction. When the flat surface meets the plains there is a diminished water flow on the riverbeds and, during the rainy
season the rivers overflow their banks, flooding the lowlands. Average annual precipitation in the Basin is 1,396 mm,
ranging from 800 mm to 1,600 mm, and the heaviest rainfall occurs in the plateau region. The low drainage capacity
of the rivers and lakes that shape the Pantanal, coupled with the climate in the region, produce very high evaporation:
approximately 60% of all the waters coming from the plateau are lost through evaporation. The Alto Paraguay Basin,
including the Pantanal, while boasting an abundant availability of water resources, also has some spots with water
scarcity in some sub-basins, at different times of the year. Climate conditions alone are not enough to explain the
differences observed in the Paraguay River regime and some of its tributaries. The complexity of the hydrologic regime
of the Paraguay River is due to the low declivity of the lands that comprise the Mato Grosso plains and plateau (50 to
30 cm/km from east to west and 3 to 1.5 cm/km from north to south) as well as the area’s dimension, which remains
periodically flooded with a large volume of water.