A cidade de São Tomé foi território português desde as primeiras ocupações até 1975 (data de sua independência), tendo, nesse tempo, crescido segundo os princÃpios do urbanismo de origem portuguesa. Para além da cidade planeada e consolidada, construÃda no perÃodo de ocupação colonial, a cidade desenvolveu, sobretudo no perÃodo pós-independência, um outro tipo de estrutura sem planeamento. À semelhança de outras cidades africanas de origem portuguesa, essa nova estrutura localiza-se na periferia do centro urbano. Este artigo apresenta dois argumentos. O primeiro considera que a cidade de São Tomé apresenta uma estrutura dual, tal como outras cidades africanas: uma zona central planeada, construÃda no perÃodo da ocupação colonial (pré-independência), e outra, periurbana, constituÃda essencialmente por habitações resultantes da expansão habitacional do centro urbano e com certas caracterÃsticas semirrurais: vivendas associadas a espaços de produção agrÃcola familiar. O segundo argumento refere que tanto a estrutura central planeada, desenvolvida no perÃodo colonial, como a estrutura periférica não planeada, desenvolvida posteriormente, têm, na sua origem e desenvolvimento, a procura de relações com o território e, tanto numa como noutra, reconhecem-se estruturas urbanas adaptadas à s condições locais.
São Tomé city was a Portuguese territory from the first occupations until independence in 1975; during that time, its growth was in line with Portuguese principles of urbanism. Outside of the city, which was planned and built during the colonial occupation, another type of structure developed without any planning. Like other African cities of Portuguese origin, this new structure is located on the outskirts of the urban center. This article presents two arguments. First, like other African cities of Portuguese origin the city of Sao Tome is believed to have a dual structure: a planned central area built during the colonial occupation (pre-independence), and another of essentially peri-urban dwellings resulting from the spread of housing from the urban center and with semi-rural characteristics: houses together with spaces for family agricultural production. Secondly, both the central planned structure of the colonial period and the peripheral structure developed later strive to relate with the territory and the urban structures are therefore adapted to local conditions in both cases.