O surgimento da crise urbana e da desigualdade social em Fortaleza relacionam-se: 1) à inexistência histórica de um Plano Diretor para a cidade, que organizasse democraticamente as infra-estruturas do meio urbano ao atendimento de sua população excluÃda; 2) à modernização das estruturas macroeconômicas da cidade com pouca função social, que contribuiu para a reprodução das desigualdades no meio urbano e à concentração de renda, onde a especulação imobiliária, o aumento do custo de vida, a maximização do desemprego e a precarização das relações de trabalho deslocaram comunidades inteiras à s periferias de Fortaleza; e, por fim, 3) à falta de focalização de polÃticas públicas comprometidas com a realização de atividades com função social nos empreendimentos financeiros e construções urbanas que, sem dúvida, incentivam a precarização polÃtico-administrativa municipal e estadual, bem como possibilitam o surgimento de mecanismos corruptos na gestão dos recursos públicos.