Cinema e feminismos entre poética e devir: por uma tecnologia engendrada

Revista GEMInIS

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ISSN: 2179-1465
Editor Chefe: João Carlos Massarolo
Início Publicação: 31/10/2010
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Comunicação

Cinema e feminismos entre poética e devir: por uma tecnologia engendrada

Ano: 2015 | Volume: 6 | Número: 2
Autores: Fernanda Capibaribe Leite
Autor Correspondente: Fernanda Capibaribe Leite | [email protected]

Palavras-chave: Poética Feminista; Tecnologias de Gênero; Perceptos de Devir

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Esse artigo visa contribuir para a construção de uma poética feminista no cinema e audiovisual contemporâneo concebida na ideia de trânsito ou fluxos para sujeitos de gênero compreendidas/os fora da lógica dos binarismos “cis” e heteronormativos. Para tanto, atualiza a acepção em Lauretis (1987) de que o cinema se constitui como tecnologia de gênero, e aborda tal premissa no contexto das imagens tecnológicas e digitais através do conceito de percepto de devir feminista. Tal relação proposta engloba a ideia de que a poética feminista atualmente se alicerça cada vez mais na prerrogativa das experiências próprias de personagens subjetificadas/os, por um caminho patêmico no qual mulheres cis e trans não mais são colocadas sob o olhar do outro-homem-dominador, mas, ao contrário, se enunciam sob referências de seus próprios cotidianos e espaços de interlocução. Nesse sentido, a atualização da ideia de tecnologia de gênero para o cinema está ligada ao fato de que tais imagens configuram desterritorializações, devires, tanto no que toca a relação hegemonia-subalternidade no sistema sexo-gênero como no que se refere à própria ideia dos sujeitos legítimos e nomeados no feminismo. Como escopo investigativo, lanço um olhar sobre a produção Dude looks Like a Lady, parte da série de curtas em pornografia feminista intitulada XConfessions (LUST, 2013, 125min), oriundos de relatos em texto sobre fantasias e/ou experiências enviadas pela internet. Apesar de tratar de tal realização em particular, a trago também como espaço de acionamento de outras produções na perspectiva do feminismo, que endossam ou potencializam o lugar da diferença em produções com foco nos sujeitos engendrados.



Resumo Inglês:

This article aims to contribute to the construction of a feminist poetics in the contemporary cinema and audiovisual conceived in the idea of transit or flows for subjects of gender understood outside the logic of the binarismos "cis" and heteronormativos. To that end, it updates Lauretis' (1987) sense that cinema is a technology of gender, and approaches this premise in the context of technological and digital images through the concept of feminist becoming. Such a proposed relationship encompasses the idea that feminist poetics is now increasingly based on the prerogative of the experiences of subjective characters, by a pathetic path in which cis and trans women are no longer placed under the eyes of the other man- dominator, but, on the contrary, are enunciated under references of their own daily and spaces of interlocution. In this sense, the updating of the idea of gender technology for the cinema is linked to the fact that such images constitute deterritorializations, becomings, both in relation to the hegemony-subalternity relation in the sex-gender system and in relation to the very idea of the legitimate subjects and named in feminism. As an investigative scope, I take a look at the production Dude looks Like a Lady, part of the short series on feminist pornography titled XConfessions (LUST, 2013, 125min), from text reports about fantasies and / or experiences sent through the internet. Although it deals with such a particular achievement, I also bring it as a space for activating other productions in the perspective of feminism, which endorse or enhance the place of difference in productions with a focus on the begotten subjects.