Até hoje permanece desconhecida a autoria da pintura ilusionista que adorna o forro da nave central da igreja do Convento de Santo Antônio da Paraíba, considerado o ápice da Escola Franciscana do Nordeste por Germain Bazin, bem como sua correta datação. Ao longo da segunda metade do século XX sua produção foi atribuída a alguns artífices da Escola Baiana de pintura do século XVIII, especialmente a José Joaquim da Rocha ou um de seus aprendizes, mas tal fato carece de comprovação documental e, de semelhança estilística em comparação às obras certamente produzidas pelo mestre baiano ou seus seguidores. Pretende-se demonstrar, através do uso do conceito de paradigma indiciário de Ginzburg, que o autor da pintura é outro: um artífice recifense de final do setecentos, Manoel de Jesus Pinto, ex-aprendiz de João de Deus e Sepúlveda, e cuja atuação no convento paraibano se justificaria pela circulação de indivíduos, serviços e mercadorias entre a Capitania Anexa da Paraíba e a Vila do Recife de fins do século XVIII e começos do XIX.
Until today the authorship of trompe l’oeil painting in the church roof of Paraíba’s Saint Anthony Monastery remains unknown, as its correct dating. It was considered, by Germain Bazin, the apex of Brazilian Northeast Franciscan Architectural School. Throughout the second half of 20th century the painting was attributed to some craftsmen of 18th century Bahia Painting School, especially José Joaquim da Rocha or one of its apprentices, but this fact lacks of documentary evidence and style basis in comparison to the workmanships certainly produced by the Bahia master or his followers. This paper intendeds to demonstrate, based upon the Carlo Ginzburg’s indicia paradigm, that the author of this painting is another one: a Recife craftsman of 18th ends, Manoel de Jesus Pinto, former-apprentice of João de Deus e Sepúlveda, and whose performance in Paraíba could be justified by the circulation of individuals, services and merchandises between the attached Captainship of Paraíba and the Village of Recife by ends of 18th and 19th century beginnings.