Garantir a proteção da prole feminina sempre foi uma preocupação das famÃlias no
mundo ibero-atlântico do Antigo Regime. Quando não era possÃvel casar as moças com
pessoas de qualidade, buscar o abrigo das casas de clausura para dar-lhes um estado foi
uma opção e, em muitos casos, uma demonstração de afeto dos genitores. Os espaços
de clausura assumiram múltiplas funções, pois tanto permitiam a almejada proteção
e honra como possibilitavam uma vida devota para aquelas que tinham vocação.
Mas, contraditoriamente, se constituÃram em espaços de prisão para aquelas que de
alguma forma romperam as fronteiras dentro das quais era permitido às mulheres se
movimentarem. Assim, neste artigo tentamos demonstrar como as instituições de
clausura fi zeram parte do cotidiano das mulheres e das famÃlias fi dalgas da sociedade do
Antigo Regime.