A política de interiorização do ensino tem provocado uma grande oferta de empregos públicos no interior do Brasil, desenhando organizações miscigenadas, o que pode comprometer o clima e a motivação organizacionais. Este trabalho tem por objetivo a análise do clima organizacional de uma dessas unidades, à luz de duas teorias motivacionais oriundas da década de 1950: a Teoria das Necessidades de Maslow e a Teoria dos Dois Fatores de Herzberg. O trabalho, de caráter predominantemente quantitativo, faz uma abordagem descritiva do clima percebido na escola. De acordo com a pesquisa e analisando a teoria de Maslow, há necessidades de nível superior e inferior não satisfeitas. No nível superior, embora haja um sentimento de orgulho e realização por trabalhar no campus, percebe-se que o reconhecimento e a atenção esperados não são atendidos. No nível inferior, apesar dos salários, benefícios e fatores de segurança parecerem satisfatórios, as necessidades sociais e fisiológicas são comprometidas pelos deslocamentos realizados pelos colaboradores. Além disso, não há identificação dos servidores com o município. Analisando a teoria de Herzberg, os problemas de relacionamento com a chefia imediata comprometem os fatores higiênicos, ao passo que os fatores motivacionais são identificados no prazer pelo conteúdo do trabalho, além do orgulho que os servidores sentem em relação à empresa e à profissão. A pesquisa aponta resultados importantes que podem colaborar para um melhor desempenho da organização, mas não permite um diagnóstico estático sobre o clima da empresa, já que esse é mutável e totalmente dependente das condições psicológicas do indivíduo.