Nas florestas tropicais, o efeito de borda é considerado um dos fatores que afetam o equilÃbrio do ecossistema. Como consequência desse distúrbio, inúmeros grupos de organismos têm suas populações afetadas. Os lÃquens são particularmente sensÃveis à s mudanças microclimáticas, pois retiram nutrientes diretamente da atmosfera e apresentam pequena capacidade de regulação de perda e ganho de água. Eles são classificados quanto à s formas e o crescimento. O objetivo deste trabalho foi testar se lÃquens com diferentes caracterÃsticas morfo-anatômicas apresentam tolerância distinta à s condições de borda florestal. A hipótese testada é de que lÃquens com caracterÃsticas morfo-anatômicas que minimizem a perda de água são menos susceptÃveis ao efeito de borda. Nas árvores amostradas foram amostrados 389 pontos com lÃquens do tipo “A†(lÃquens crostosos com córtex liso e sem protalos) e 123 com lÃquens do tipo B (lÃquens hidrófilos, sem córtex definido, que retêm água nos protalos). Embora não tenha havido relação entre a distância de borda e a cobertura dos liquens do tipo “Aâ€, a cobertura relativa dos lÃquens do tipo B diminuiu com o aumento da distância da borda. Houve relação negativa entre a distância da borda e a temperatura ao meio dia e foi encontrada uma relação entre a distância da borda e a umidade relativa do ar. Nos 10 primeiros metros de distância da borda os lÃquens do tipo B apresentaram uma maior cobertura relativa, nas distâncias subsequentes houve uma inversão, onde os lÃquens do tipo A passaram a ter maior cobertura relativa.