Analisamos a participação de retirantes cearenses na composição do movimento abolicionista do Pará e como a diáspora de cearenses entre 1877 e 1880, em decorrência da seca, foi percebida por parte de trabalhadores escravizados do Ceará e de províncias vizinhas, como oportunidade de simular novas identificações entre as multidões de migrantes. As trajetórias de lutas e conflitos, envolvendo nacionais cativos e pobres livres, além de imigrantes estrangeiros, encontraram um ponto de convergência na Colônia Benevides, nas proximidades de Belém, espaço planejado pelas elites locais para fomentar a produção agrícola no Pará. Contudo, a articulação de alianças inesperadas tornou a povoação fonte de motins e insubordinações. Em 1884, quando colonos de Benevides decidiram pela alforria dos escravizados da localidade, inspirados pelo avanço do abolicionismo no Ceará e Amazonas, cativos da região intensificaram a procura por refúgio com a cumplicidade dos moradores da colônia-quilombo.
We have analyzed the participation of migrants from Ceará in the composition of the abolitionist movement of Pará and how the diaspora of these migrants who left Ceará between 1877 and 1880 due to a drought was perceived by the enslaved workers from Ceará and neighboring provinces as an opportunity to simulate new identifications among the migrating crowds. The trajectories of struggles and conflicts involving national slaves, free poor populations and immigrants found a focal point in Benevides Colony, in the outskirts of Belem, space planned by local elites to enhance agricultural production in Pará. However, the articulation of unexpected alliances became the core of riots and insubordination. In 1884, when settlers from Benevides inspired by the advance of abolitionism in Ceará and Amazonas decided to free the local slaves, captives of the region intensified the demand for safe haven counting on the abetting of the residents of the quilombo-colony.
Hicimos un análisis de la participación de emigrantes cearenses en la composición del movimiento abolicionista de Pará y como la diáspora de cearenses entre 1877 y 1880, por la sequía existente, fue percibida por parte de trabajadores esclavizados en Ceará y provincias del entorno, como oportunidad para simular nuevas identificaciones entre las multitudes de migrantes. Las trayectorias de luchas y conflictos que envolvían nacionales cautivos y pobres libres, además de inmigrantes extranjeros, encontraron un punto de convergencia en la Colonia Benevides, en las cercanías de Belém, espacio preparado por las elites locales para fomentar la producción agrícola de Pará. Sin embargo, la articulación de alianzas inesperadas hizo la población fuente de motines e insubordinaciones. En 1884, cuando colonos de Benevides decidieron por la liberación de los esclavizados de la localidad, inspirados por el avance del abolicionismo en Ceará y Amazonas, cautivos de la región intensificaron la búsqueda por refugio con la complicidad de los habitantes de la colonia-quilombo.