O artigo discute os entraves vividos pelas comunidades de origem africana do Alto Trombetas – Pará/Brasil, para manter seu modo de vida tradicional, desde que suas terras foram transformadas
em reserva biológica e na Floresta Nacional Saracá-Taquera. Tal processo teve inÃcio com a instalação da Mineração Rio do Norte (MRN) na região, nos anos 1970, com a polÃtica de desenvolvimento e de integração regional. Nesta pesquisa bibliográfica, deseja-se compreender a ideologia colonial e patriarcal nas relações interpessoais e educativas e reconhecer os processos coercitivos de ocupação do espaço. A teoria pós-colonial e o pensamento decolonial nos ajudam a refletir sobre a histórica desagregação social e marginalização vivenciados pelas comunidades, além de servir de base para a avaliação das profundas transformações ocasionadas pela presença da mineradora, como agente do capital internacional na
região. Os resultados mostram que a população vivenciou novamente um processo de ‘re-escravização’, dependência e sujeição.