Resenhar a obra de Antônio Bispo dos Santos, “Colonização, quilombos: modos e significações”, é uma oportunidade de nos debruçarmos sobre as novas faces que as universidades brasileiras vêm ganhando nas últimas décadas. Muitas dessas mudanças vinculadas a forte atuação de movimentos sociais e iniciativas de diferentes coletivos para promover novos contornos ao ambiente acadêmico. É indiscutível a invisibilização histórica de autoras e autores negros e indígenas nos espaços acadêmicos, apesar da grande relevância de suas produções. No próprio prefácio da presente obra, José Jorge de Carvalho chama atenção para as contribuições de Edison Carneiro e Clóvis Moura sobre a historicização dos quilombos no Brasil, de Beatriz Nascimento e sua análise das periferias dos espaços urbanos compreendidos como manifestações de quilombos, essa influenciada por Abdias do Nascimento a quem devemos uma das mais potentes ressemantizações da própria categoria “quilombo”, vinculada a um projeto pan-africanista de nível intercontinental que tinha como base a Diáspora africana nas Américas.