O comércio internacional contempla atualmente um novo segmento, o de terras estrangeiras, no qual paÃses que possuem deficiências em terrenos aráveis têm especulado e comprado grandes espaços em outros paÃses, o que pode comprometer a sustentabilidade alimentar desses últimos. A questão norteadora deste estudo e seu objetivo residem em apontar alguns reflexos para a segurança alimentar advindos do comércio internacional de terras em paÃses africanos entre os anos de 2000 e 2010. Metodologicamente – sob a ótica das teorias do comércio internacional e dos stakeholders – foram realizados: revisão dos conceitos de comércio internacional de terras; definição de segurança alimentar e caracterização da área de abrangência no continente africano; e levantamento de dados documentais e estatÃsticos que aliam e/ou confrontam esses elementos na década passada. Constatou-se que os investimentos estrangeiros podem promover incontestáveis mudanças no panorama da produção agropecuária em alguns paÃses africanos, onde a estagnação agrÃcola e a insegurança alimentar das últimas décadas podem ser revertidos, com melhoria da infraestrutura, aumento da produtividade e possibilidade de geração de emprego e fornecimento de parcela dos alimentos para a população local; ou agravados, com especulação imobiliária e exclusividade de fornecimento da produção aos paÃses estrangeiros.