Em 2015, várias pautas feministas tomaram visibilidade nos espaços digitais brasileiros de sociabilidade, quando milhões de hashtags chamaram a atenção para questões como feminicídio, assédio sexual, criminalização do aborto, entre outros dilemas sociais que afetam as mulheres no país. De acordo com o Google Trends, campanhas como #primeiroassedio, #meumigosecreto e #mulherescontracunha tiveram mais de 11 milhões de buscas naquele ano. E termos como feminismo e empoderamento feminino tiveram, respectivamente, suas pesquisas aumentadas em 86,7% e 354,5% respectivamente, neste mesmo buscador. Este trabalho almeja refletir sobre as novas expressões dos feminismos a partir da popularização das Tecnologias de Informação Comunicação (TIC) no Brasil, bem como identificar as tensões que decorrem desse processo. O procedimento metodológico envolveu a análise temática das principais campanhas feministas indexadas por hashtags entre 2015 e o primeiro semestre de 2016. Os resultados mostram que as campanhas focadas na discussão da violência contra as mulheres, especialmente a violência sexual, foram as que mais alcançaram visibilidade durante o período de investigação.
How many hashtags does it take to build up a movement? What the Primavera feminista* can tell us. In 2015 several feminist claims became visible in the Brazilian digital spaces of sociability, when millions of hashtags drew attention to issues such as feminicide, sexual harassment, abortion criminalization, among other social dilemmas that affect women in the country. According to Google Trends, campaigns such as #primeiroassedio, #meumigosecreto and #mulherescontracunha had _ than 11 million searches in that year. And terms such as feminism and female empowerment had their searches increased about 86.7% and 354.5%, respectively, in the same site. This work aims to reflect on the new expressions of feminisms from the popularization of Information and Communication Technologies (ICTs) in Brazil, as well as to identify the tensions that come up with that process. The methodological procedure involved thematic analysis of the main feminist campaigns indexed by hashtags, between 2015 and the first semester of 2016. The results show that the campaigns focusing on the discussion of violence against women, especially sexual violence, were the ones that achieved the most visibility during the investigation period.