Neste artigo, analisa-se como os discursos sobre o perfil de usuários dos shoppings centers na cidade de Belo
Horizonte evidenciam dois aspectos do contexto sócio-histórico brasileiro: as relações raciais e a segregação
socioespacial nos contextos organizacionais. Discutem-se as relações raciais no Brasil considerando a cor como
uma construção discursiva e os shoppings centers como organizações que podem se configurar como espaços de
segregação socioespacial ao se constituÃrem como espaços simbolicamente privados de determinados grupos
sociais. Utilizou-se a Análise do Discurso da corrente francesa como estratégia metodológica. O corpus de análise
constitui-se por discursos presentes na rede social Facebook e se refere a uma imagem que foi veiculada em um
portal de notÃcias sobre a cidade de Belo Horizonte que caracterizava, por meio de seis fotos, o perfil dos
frequentadores dos shoppings centers da cidade. Os resultados da pesquisa evidenciam a construção discursiva da
cor como dimensão de significação das representações e práticas sociais dos indivÃduos que demarcam
simbolicamente quem pode e onde deve circular em determinados espaços organizacionais, especialmente nos
shoppings centers.
This article analyzes how discourses on user profiles of shopping malls in the city of Belo Horizonte evidence two
aspects of Brazilian socio-historical context: race relations and spatial segregation in organizational contexts. We
discuss race relations in Brazil considering color as a discursive construction and shopping malls as organizations
that can be configured as spaces of spatial segregation that constitute symbolically private spaces for certain social
groups. We used French-style discourse analysis as a methodological strategy. The body of analysis was
constituted by discourses present in the Facebook social network and refers to an image that was published by a
news outlet about the city of Belo Horizonte that profiled the city's shopping mall clientele in a series of six photos.
The research results evidence the discursive construction of color as a dimension of meaning of social practices
and representations of individuals that symbolically demarcate who can circulate, and where, in determined
organizational spaces, especially in shopping malls.