Como nosso olhar sobre a pequena infância mudou
Como foram construÃdas nossas evidências contemporâneas da pequena
infância? A educação precoce não é uma preocupação tanto que a mortalidade
infantil se encontra elevada e que os cuidados às crianças estão no seu
ambiente “natural†(familiar ou doméstico). Por outro lado, desde que as
mulheres dos meios urbanos tiveram que confiar seus filhos pequenos a
terceiros (no começo do século XIX), foram postas em prática instituições
encarregadas da pequena infância e reflexões sobre aquilo que convém ser
dado, proibido e encorajado para essa primeira educação. Detectamos aqui
brevemente a evolução das instituições e dos discursos que precederam as
normas contemporâneas em matéria de higiene, alimentação,
comportamentos. Procuramos compreender também como se passou de um
discurso estigmatizante referente aos pais dos meios populares a uma tentativa
de "educar os pais" por meio das crianças interpostas, antes que o princÃpio de
uma co-educação fosse reconhecido.
How we look at the early childhood has changed
How were constructed our contemporary evidence on early childhood? Early
education is not a concern as infant mortality is high and as long as the care of
young children are under natural environment (family or household). On the
other hand, as soon as women in urban areas must entrust their young children
to third parties, institutions for young children set up, with reflections on what
should be done, prohibited or encouraged for this first education. The evolution
of institutions and discourses that preceded contemporary standards, hygiene,
nutrition, behavior are briefly traceed. One looks how it began with a speech
against working class parents to an attempt of "educating parents" by children
interposed before the recognition of the principle of co-education.
Comment ont été construites nos évidences contemporaines sur la petite
enfance ? L'éducation précoce n'est pas une préoccupation tant que la mortalité
infantile est élevée et que les soins aux petits enfants relèvent de son
entourage "naturel" (famille ou domestiques). En revanche, dès que les femmes
des milieux urbains doivent confier leurs enfants en bas-âge à des tiers (au
début du XIXe siècle), se mettent en place des organismes chargés de la petite
enfance et une réflexion sur ce qu'il convient de prévoir, d'interdire,
d'encourager pour cette première éducation. On retrace ici brèvement
l'évolution des institutions et des discours qui ont précédé les normes
contemporaines, en matière d'hygiène, alimentation, comportements et on
cherche comment on est passé d'un discours stigmatisant à l'égard des parents
de milieu populaire à un essai pour "éduquer les parents" par enfants
interposés, avant que soit reconnu le principe d'une co-éducation.