O mito das amazonas remete ao imaginário da Grécia Antiga, na crença da existência de uma sociedade de mulheres guerreiras que recusavam o domínio dos homens. Em sua transposição ao Novo Mundo, esse tema sofreu diversas transformações, ao ser aludido, recorrentemente, tanto na literatura de viagem quanto na iconografia. Nesses dois tipos de fontes, em suas concordâncias e discrepâncias, as amazonas ressurgem, na América, como verdadeiras devoradoras de homens e exímias arqueiras, que viviam constantemente da guerra contra seus inimigos. Dito isso, partimos da problemática central que essa narrativa, em sua constante metamorfose, veio a transferir elementos e, até mesmo, transformar-se na própria alegoria do continente, quando personificado na figura de uma mulher selvagem, canibal, o corpo nu, portando o arco e a flecha.
The myth of the Amazons goes back to the imagery of Ancient Greece, in the belief of the existence of a women warrior society who refused to be dominate by men. In its transposition to the New World, this theme underwent several transformations, when recurrently alluded in both travel literature and iconography. In these two types of sources, in their concordances and discrepancies, the Amazons re-emerged in America as true men devourers and exalted archers who lived constantly from the war against their enemies. That said, we start from the central issue that this narrative, in its constant metamorphosis, came to transfer elements and, even, to become the own allegory of the continent, personified in the figure of a naked body cannibal wild woman carrying the bow and arrow.