COMPAIXÃO E POTENCIALIDADE INFINITAS: RESSIGNIFICANDO O CONCEITO DE “ONIPOTÊNCIA” DIVINA

Perspectiva Teológica

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Editor Chefe: Francisco das Chagas de Albuquerque
Início Publicação: 31/12/1968
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Teologia

COMPAIXÃO E POTENCIALIDADE INFINITAS: RESSIGNIFICANDO O CONCEITO DE “ONIPOTÊNCIA” DIVINA

Ano: 2018 | Volume: 50 | Número: 3
Autores: Sinivaldo Silva Tavares
Autor Correspondente: Sinivaldo Silva Tavares | [email protected]

Palavras-chave: Modernidade. Scotus. Onipotência divina. Compaixão. Potencialidade.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Partindo do pressuposto de que o conceito de “onipotência” divina foi capturado pela Modernidade no intuito de fundamentar o domínio do sujeito pensante sobre tudo quanto existe, a intenção nossa é ressignificá-lo em diálogo com o teólogo franciscano Duns Scotus. Duas de suas proposições, entre outras, resultam particularmente relevantes no tocante ao objetivo que nos propomos: Deus como potencialização da liberdade e a univocidade do ente. “Compaixão e potencialidade infinitas” emergem, no bojo da ressignificação da onipotência divina, como traços distintivos do Criador. Destacamos, portanto, duas de suas dimensões características, promessa e cuidado, expressas por duas atitudes fundamentais no ato mesmo de criar: “atrair a partir de dentro” a história e a Criação à plenitude prometida e “deixar ser” como desejo de intimidade dialógica. Ao final, concluí­mos que o único poder que se autojustifica é aquele que eclode a partir de dentro porque gerado na fraqueza.



Resumo Inglês:

Based on the assumption that Modernity has captured the concept of divine “omnipotence” in order to justify the thinking subject’s dominion over all things created, our intention is to resignify it through a dialogue with the Francis­can theologian Duns Scotus. Two of his proposals, among others, are particularly relevant to our aim: God as promoter of freedom and the univocity of the being. “Infinite compassion and potentiality” emerge, in the midst of the resignification of divine omnipotence, as distinctive features of the Creator. We therefore emphasize two of its characteristic dimensions, promise and care, expressed by two funda­mental attitudes in the very act of creating: “attracting from within” the history and creation for attaining the promised fullness and “letting it be” as a desire for dialogic intimacy. As a conclusion, we found that the only self-justified power is that which springs from within, as it is generated in weakness.