INTRODUÇÃO: Pacientes em fase de diagnóstico para Fibrose Cística (FC) ou já diagnosticados que realizam o Teste do Suor (TS) para diagnóstico ou durante o uso de moduladores nos portadores de FC. O TS é classificado como padrão-ouro, cujo protocolo prevê a coleta e dosagem do suor com objetivo de verificar a concentração de cloretos no suor. No Brasil as técnicas de dosagem de cloretos difundidas e regulamentadas são as técnicas titulométrica e coulométrica. A colorimetria é um método quantitativo utilizado na dosagem de cloretos, que ainda não está prevista na regulamentação nacional para a aplicação no teste do suor.
OBJETIVO: Comparar as técnicas(T): T1- Coulométrica (Chlocheck®-íon seletivo), T2-Titulométrica (manual) e T3-Colorimétrica (Bio-200) na dosagem de íons de cloreto em pacientes com suspeita ou diagnóstico de FC em uso de moduladores.
METODOLOGIA: Estudo comparativo, aprovado pelo comitê de ética do Hospital Universitário (Parecer nº 45207521.0.0000.5404). Foram coletadas 26 amostras de suor em 13 pacientes utilizando o método de iontoforese com pilocarpina para estimulação do suor pela técnica de Gibson e Cooke, sendo uma coleta com coletor do tipo serpentina e duas coletas com papel filtro totalizando três coletas em cada paciente. Todos os pacientes (n=13) foram submetidos ao T1, cinco ao T2 e oito ao T3. Os resultados obtidos em T2 e T3 foram comparados com os valores de T1.
RESULTADOS: Valores de cloreto realizados com i)T1 nos 13 pacientes (P) em mEq/L: P1=9,00; P2=10,00; P3=11,50; P4=12,00; P5=15,00; P6=16,00; P7=25,00; P8=9,00; P9=31,00; P10=91,00; P11=99,00; P12=107,00; P13=108,00. ii) Com T2: P2=29,40; P3=14,06; P5=19,91; P10= 94,00; P11= 107,10 e iii) T3: P1=34,00; P4=26,76; P6=35,00; P7=41,60; P8=14,26; P9=52,33; P12=108,52; P13=100,71. Considerando os valores superiores a 30 mEq/L como ponto de corte, foram formados dois grupos para o teste estatístico. A análise dos grupos de dados foram semelhantes nas dosagens em altas concentrações (p<0,05 no teste t Student) e diferentes quando em baixas concentrações (p>0,05 no teste t Student).
CONCLUSÃO: Apesar de considerados testes padrão ouro no diagnóstico de FC, observou-se nas medições que a sensibilidade e especificidade dos testes que se utilizam de métodos físico-químicos espectrofotométricos (colorimetria) e químicos de via úmida (titulometria) apresentam resultados equivalentes nas medições realizadas seja em pacientes FC (>30 mEq/L) e não FC (<30 mEq/L). Entretanto, no método eletroanalítico (coulometria) foram observados valores em média 40% menores quando comparados aos métodos colorimétrico e/ou titulométrico o que pode ser significativo na discriminação dos pacientes com valores de cloreto limítrofes.