A competição entre «nós » e «a gente » nas funções de complemento e adjunto: desvendando outras portas de entrada para o pronome inovador

Caligrama

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ISSN: 22383824
Editor Chefe: César Nardelli Cambraia
Início Publicação: 30/11/1981
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística

A competição entre «nós » e «a gente » nas funções de complemento e adjunto: desvendando outras portas de entrada para o pronome inovador

Ano: 2012 | Volume: 17 | Número: 2
Autores: Juliana Barbosa Segadas Vianna, Célia Regina dos Santos Lopes
Autor Correspondente: J. B. S. Vianna, C. R. dos S. Lopes | [email protected]

Palavras-chave: variação linguística, pronomes pessoais, acusativo, dativo, oblíquo, linguistic variation, personal pronouns, accusative, dative, oblique

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A substituição de nós por a gente na posição de sujeito pode ser considerada um processo de mudança em curso no português do Brasil como atestam as descrições feitas nas diversas regiões do país. Neste estudo, propomos estender a análise para as demais funções sintáticas, observando as formas variantes de primeira pessoa do plural como complemento de verbo e de nome. Levamos em conta, no primeiro caso, as funções de: (i) acusativo; (ii) dativo; (iii) oblíquo complemento de verbo; e (iv) oblíquo adjunto de verbo. No segundo caso, o estudo da variação das formas de nós e a gente no interior do sintagma nominal procura dar conta das seguintes funções: (i) complemento de nome, e (ii) adjunto de nome. Seguindo a orientação da sociolinguística de base laboviana, a análise quantitativa parte de entrevistas feitas na cidade do Rio de Janeiro. Os resultados encontrados mostram que formas do paradigma de a gente são mais frequentes no sintagma verbal, ao passo que, no interior do sintagma nominal, o uso das formas do paradigma de nós ainda se mantém produtivo.



Resumo Inglês:

The replacement of nós by a gente (“we”) in the position of the subject can be considered an ongoing process of change in Brazilian Portuguese. This phenomenon occurs in various regions of the country. We propose to analyze other syntactic functions. Our goal is to observe the variants as verb and noun complement. In the first case, we analyze namely: (i) accusative, (ii) dative, (iii) oblique complement, and (iv) oblique adjunct. In the second case, we study (i) name complement; (ii) name adjunct. Following the orientation of Labovian sociolinguistics, the quantitative analysis was based on interviews conducted in Rio de Janeiro City. The results show that the new pronoun a gente is more frequent in clausal phrase, while the old pronoun nós still remains productive in noun phrase.