Objetivo: Avaliar diferenc¸as no comportamento alimentar infantil em func¸ão do estado nutricional,
do sexo e da idade.
Métodos: O estudo incluiu crianc¸as na faixa de seis a dez anos, de ambos os sexos, de uma
escola privada em Pelotas (RS), em 2012. Para avaliar o comportamento alimentar usaram-
-se as subescalas do questionário Children’s Eating Behaviour Questionnaire (CEBQ): resposta
à comida (FR), prazer de comer (EF), desejo de beber (DD), sobreingestão emocional (EOE),
subingestão emocional (EUE), resposta à saciedade (SR), seletividade (FF) e ingestão lenta (SE).
Avaliou-se o estado nutricional por meio do escore-z do IMC/idade.
Resultados: Participaram 335 crianc¸as de 87,9±10,4 meses. Apresentaram eutrofia 49,3%
(n=163), sobrepeso 26% (n=86), obesidade 15% (n=50) e obesidade grave 9,7% (n=32). Crianc¸as
com excesso de peso tiveram maior pontuac¸ão nas subescalas de ‘‘interesse pela comida’’ (FR,
EF, DD, EOE, p<0,001) e menor pontuac¸ão nas subescalas de ‘‘desinteresse pela comida’’ (SR e
SE, p<0,001 e p=0,003, respectivamente), se comparadas com as crianc¸as com peso adequado.
Não foram observadas diferenc¸as no comportamento alimentar segundo sexo e idade.
Conclusões: Observou-se que comportamentos alimentares que refletem ‘‘interesse pela
comida’’ estão associados positivamente ao excesso de peso, mas não foi encontrada associac¸ão
com o sexo e a idade da crianc¸a.
Objective: To evaluate differences in children’s eating behavior as a function of their nutritional
status, sex and age.
Methods: Male and female children aged six to ten years were included. They were recruited
from a private school in the city of Pelotas, southern Brazil, in 2012. Children’s Eating
Behaviour Questionnaire (CEBQ) subscales were used to assess eating behaviours: Food Responsiveness
(FR), Enjoyment of Food (EF), Desire to Drink (DD), Emotional Overeating (EOE),
Emotional Undereating (EUE), Satiety Responsiveness (SR), Fussiness (FF) and Slowness in Eating
(SE). Age-adjusted body mass index (BMI) z-scores were calculated according to the WHO
recommendations to assess nutritional status.
Results: The study sample comprised 335 children aged 87.9±10.4 months and 49.3% were
normal weight (n=163), 26% overweight (n=86), 15% obese (n=50) and 9.7% severely obese
(n=32). Children with excessive weight showed higher scores on the CEBQ subscales associated
with ‘‘food approach’’ (FR, EF, DD, EOE, p<0.001) and lower scores on two ‘‘food avoidance’’
subscales (SR and SE, p<0.001 and p=0.003, respectively) compared to normal weight children.
Conclusions: ‘‘Food approach’’ subscales were positively associated to excessive weight in
children. Significant age and gender differences in eating behaviours were not found.