O presente trabalho examina, sob uma perspectiva funcionalista, o pronome anafórico “que†em
cláusulas relativas. Trabalhar-se-á com um corpus composto por textos de alunos matriculados numa sexta série do ensino fundamental, objetivando, também, apontar a influência que a lÃngua oral exerce sobre a escrita deles. A análise dos dados permite afirmar que o usuário da lÃngua recorre a estratégias de estruturação das relativas, contrariando a norma padrão: via de regra generaliza o “que†como um relativo universal e recorre a um pronome pessoal para desempenhar a função anafórica, ou deixa vazia a casa estrutural do pronome anafórico (anáfora zero). Desse modo, confirma-se nossa hipótese de que a anáfora pronominal funciona como um expediente produtivo da lÃngua que torna mais fácil, no nÃvel pragmático, o processamento da informação. Foi possÃvel concluir, então, que o emprego dos anafóricos em cláusulas relativizadas mereceria uma revisão no ensino da lÃngua portuguesa no
ensino fundamental.