Comportamento Sexual de Estudantes de um Curso de Medicina do Rio de Janeiro

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA

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Editor Chefe: Sergio Tavares de Almeida Rego
Início Publicação: 31/08/1977
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Comportamento Sexual de Estudantes de um Curso de Medicina do Rio de Janeiro

Ano: 2011 | Volume: 35 | Número: 3
Autores: Júlio César Soares Aragão, Claudia de Souza Lopes, Francisco Inácio Bastos
Autor Correspondente: Júlio César Soares Aragão | [email protected]

Palavras-chave: Sexualidade, Uso de Preservativos, Infecções Sexualmente Transmissíveis, Estudantes de Medicina

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O uso consistente de preservativos constitui a principal estratégia de prevenção do HIV/aids, bem
como de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Neste contexto, o perfil de uso de preservativos
em estudantes de Medicina é de especial interesse, principalmente quando consideramos o
papel de formadores de opinião desempenhado pelos profissionais médicos. Este estudo investiga o padrão
de comportamento sexual e sua associação com o uso de preservativos entre estudantes do curso
de Medicina de uma universidade privada de um município do interior do Estado do Rio de Janeiro.
Dados relativos a 643 estudantes de Medicina foram colhidos por meio de um questionário anônimo
e autopreenchível. As análises foram conduzidas utilizando-se a regressão de Poisson com variância
robusta para o cálculo das razões de prevalência brutas e ajustadas. A maioria dos alunos respondeu
já ter iniciado vida sexual (85,3%). O parceiro da primeira relação sexual foi, em sua maioria, o(a)
namorado(a) (55,1%), e o local da coitarca mais frequentemente relatado foi a própria casa (27,1%).
O método anticoncepcional mais frequentemente utilizado na coitarca foi o preservativo (90,1%).
Na análise bivariada, o fator que se mostrou mais estreitamente associado ao uso inconsistente do
preservativo foi a presença de parceria estável, achado corroborado pela análise multivariada, após
ajuste por sexo, idade e renda (RP = 1,95 IC 95% 1,47 − 2,57). Estes achados são compatíveis com a
hipótese de que indivíduos inseridos em parcerias estáveis têm menor percepção de risco por suporem
que a estabilidade de seus relacionamentos lhes conferiria proteção relativa contra as ISTs e HIV/aids.



Resumo Inglês:

Consistent condom use is still a key component in the prevention of HIV/AIDS and other sexually
transmitted infections. In this context, of particular interest are condom use patterns by medical
students, especially considering the role of the latter as opinion-makers. The present article reports
data on sexual behavior and its association with condom use among medical students in a private
medical school in Rio de Janeiro State, Brazil. Data were collected from 643 medical students using
an anonymous, self-administered questionnaire. Data analysis used Poisson regression with robust
variance, calculating crude and adjusted prevalence ratios. Most students were sexually initiated
(85.3%). The most common partners in their sexual debut were their boyfriends/girlfriends (55.1%),
most often in their own homes (27.0%). Condoms were the main contraceptive method used at sexual
debut (90.1%). In bivariate analysis, sex with a stable partner was the main factor associated with
inconsistent condom use, and this association was confirmed by multivariate analyses, adjusted for
age, gender, and family income (PR =1.95; 95%CI 1.47-2.57). These findings are consistent with the
hypothesis that individuals with stable partnerships are less likely to perceive themselves at risk, following
the supposition that the stability of the relationship protects against HIV/AIDS and other STIs.