As florestas ribeirinhas são de extrema importância ecológica, funcionando como corredores
biológicos e mantendo a qualidade da água dos rios e a fauna ictiológica. No contexto deste
processo, pouco se conhece sobre a dispersão dos diásporos vegetais. O presente estudo tem por objetivos descrever a composição florÃstica e as estratégias de dispersão das espécies lenhosas em um trecho de floresta ribeirinha de Santa Maria, sul do Brasil. Foram amostrados todos os indivÃduos com PAP > 15 cm em 100 parcelas de 10 × 10 m. Os mecanismos de dispersão foram descritos a partir de observações no campo e pelo uso de bibliografia especializada. Foram encontradas 68 espécies de 31 famÃlias. Myrtaceae (18), Fabaceae (7) Asteraceae, Sapindaceae, Euphorbiaceae e Flacourtiaceae com três espécies foram as famÃlias com maiores riquezas em espécies. A dispersão zoocórica foi registrada para 72% das espécies; 24% apresentaram estratégia de dispersão anemocórica e 4%, autocórica. Considerando as estratégias de dispersão e a abundância de indivÃduos, a dispersão zoocórica foi verificada em 45% dos indivÃduos, a autocórica em 43% e a estratégia anemocórica, em 12%. A acentuada percentagem de espécies zoocóricas confirma a importância dos agentes bióticos na manutenção do fluxo gênico em formações florestais.