A comunidade Quilombola de Jurussaca e sua (possível) ligação com o grupo étnico indígena JÊ

Nova Revista Amazônica

Endereço:
Alameda Leandro Ribeiro, s/n, - Aldeia
Bragança / PA
68600000
Site: https://www.periodicos.ufpa.br/index.php/nra
Telefone: (91) 3425-1209
ISSN: 2318-1346
Editor Chefe: César Augusto Martins de Souza
Início Publicação: 01/01/2013
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Artes, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

A comunidade Quilombola de Jurussaca e sua (possível) ligação com o grupo étnico indígena JÊ

Ano: 2018 | Volume: 6 | Número: 1
Autores: Jair Francisco Cecim da Silva
Autor Correspondente: J. F. C. Silva | [email protected]

Palavras-chave: Jurussaca, morfologia territorial, Jê, aro-indígena.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo aborda questões relacionadas à influência indígena em comunidades quilombolas da Amazônia, mais especificamente na Comunidade Quilombola de Jurussaca, que de acordo com pesquisas sobre a morfologia territorial da comunidade possivelmente possui ligação com o grupo étnico indígena Jê. De acordo com Salles (2004), na Amazônia, é muito comum encontrar comunidades quilombolas com as mesmas características inter-étnicas de Jurussaca, pois negros escravizados fugidos do trabalho desumano que eram obrigados a realizar, nas lavouras de fazendas de Bragança ou do Maranhão, adentrando a mata, por sorte, encontravam alguma aldeia indígena, grupo étnico diferente, e até estranho, do seu, onde passava a (con)viver, inclusive maritalmente. Pesquisas em aldeias Timbiras, localizadas, predominantemente, no cerrado brasileiro, do sul do Maranhão ao norte do Tocantins (LADEIRA, 2012, p. 32), assim como em várias etnias Jê, como os Xavantes e os Xokleng, por exemplo, atestaram que as casas ficam dispostas em forma circular ou semicircular em torno de um espaço central livre, que em Jurussaca é o campo de futebol. Portanto, somadas às pesquisas que já apontam para as ligações étnico-africanas dessa Comunidade, afirma-se que Jurussaca não deve ser referenciada como afro-brasileira, mas sim como afro-indígena



Resumo Inglês:

This article approaches questions related to indigenous influence in maroon communities in the Amazon, more specifically in the Jurussaca maroon Community, which according to researches on the territorial morphology of the community, possibly has a connection with the indigenous ethnic group Jê. According to Salles (2004), in the Amazon it is very common to find maroon communities with the same inter-ethnic characteristics of Jurussaca, due to the fact that black slaves fled from the inhuman work they were forced to do in the farms of Bragança or Maranhão, when entering into the woods, fortunately they found some indigenous villages from different ethnic groups, and even as strangers, they could cohabit with others, even in matrimony. Some researches on Timbiras villages, located predominantly in the Brazilian Cerrado from the South of Maranhão to the North of Tocantins (LADEIRA, 2012, page 32), as well as in several Jê ethnic groups, such as Xavantes and Xokleng, for example, attested that the houses are arranged in a circular or semicircular way around a free central space, which in Jurussaca is the soccer camp. Therefore, in addition to the research that already indicates the ethnic-African connections of this Community, it is stated that Jurussaca should not be referred to as Afro-Brazilian, but rather as Afro-indigenous