CONCENTRAÇÃO DE PODER NO AGRONEGÓCIO E (DES)TERRITORIALIZAÇÃO: OS IMPACTOS DA EXPANSÃO RECENTE DO CAPITAL SUCROALCOOLEIRO NO TRIÂNGULO MINEIRO

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ISSN: 16786343
Editor Chefe: Paulo Cezar Mendes
Início Publicação: 30/09/2000
Periodicidade: Bimestral
Área de Estudo: Geografia

CONCENTRAÇÃO DE PODER NO AGRONEGÓCIO E (DES)TERRITORIALIZAÇÃO: OS IMPACTOS DA EXPANSÃO RECENTE DO CAPITAL SUCROALCOOLEIRO NO TRIÂNGULO MINEIRO

Ano: 2009 | Volume: 10 | Número: 31
Autores: João Cleps Junior
Autor Correspondente: João Cleps Junior | [email protected]

Palavras-chave: agronegócio, capital sucroalcooleiro, trabalho, (des)territorialização, triângulo mineiro

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente trabalho analisa as contradições e conflitos gerados pela expansão recente
do capital sucroalcooleiro em Minas Gerais, particularmente, na região do Triângulo
Mineiro. É importante compreender a configuração do agronegócio ligado à produção
sucroalcooleira em Minas Gerais, atualmente considerada a região de maior
territorialização do setor. Segundo fontes sobre o setor, mais de vinte usinas de açúcar
e álcool devem estar em funcionamento na região do Triângulo Mineiro até o ano de
2010. Busca-se, com este trabalho, estudar o atual modelo do agronegócio, voltado
para o setor sucroalcooleiro e as relações com o campesinato regional. Na região do
Triângulo, devido à proximidade com as usinas tradicionais de processamento
instaladas em São Paulo, a mão-de-obra pode ser aproveitada no estado mineiro, por
meio de aliciadores que buscam trabalhadores em outras regiões do país em meio às
denúncias de trabalho escravo. São geralmente migrantes do Nordeste e Vale do
Jequitinhonha, Minas Gerais, recrutados por intermediários que selecionam a mão-deobra
para as usinas. Além disso, há um vaivém dos cortadores de cana, com os
mesmos trabalhadores realizando as atividades em canaviais do Noroeste Paulista e
(Pontal) do Triângulo Mineiro. Devido à proximidade geográfica com o Estado de São
Paulo, as pequenas localidades situadas nas áreas produtoras têm assumido o papel de
cidades-dormitórios para os trabalhadores das usinas. É um processo que tende a
diminuir com a expansão do corte mecanizado. Outros aspectos merecem destaques na
atual configuração do agronegócio da cana: a questão dos impactos tecnológicos sobre
a mão-de-obra; as condições de trabalho degradantes presentes na atividade; a
concentração do poder dos capitais agroindustriais e das terras e a conversão de áreas
de produção agrícola tradicional pelos monocultivos, provocando o monopólio das terras
e aumento dos conflitos agrários.



Resumo Espanhol:

El presente trabajo analiza las contradicciones y conflictos generados por la expansión
reciente del capital del azúcar y alcohol en Minas Gerais, particularmente, en la región
del Triângulo Mineiro. Es importante comprender la configuración del negocio agrícola
relacionado a la producción de azúcar y alcohol en Minas Gerais, actualmente
considerada la región que tiene un territorio mayor del sector. Según fuentes sobre el
sector, más de veinte fábricas de azúcar y alcohol deben estar funcionando en la região
del Triângulo Mineiro hasta el año de 2010. Se busca, con la investigación, la
comprensión como el actual modelo del negocio agrícola, con respecto al sector del
azúcar y alcohol y las relaciones con el campesinado regional. En la región del
Triângulo, debido a la cercanía con las fábricas tradicionales de procesamiento instaladas en São Paulo, la mano de obra puede ser aprovechada en el estado mineiro,
a través de cohechadores que buscan trabajadores en otras regiones del país y de las
denuncias de trabajo esclavo. Son generalmente emigrantes del Nordeste y Vale do
Jequitinhonha, Minas Gerais, cohechados por intermediarios que seleccionan la mano
de obra para las fábricas. Además de eso, hay un vaivén de los cortadores de caña, con
los mismos trabajadores realizando las actividades en los cañaverales del Noroeste
Paulista y (Pontal) del Triângulo Mineiro. Debido a la aproximación geográfica con el
Estado de São Paulo, las pequeñas localidades situadas en las áreas productoras han
asumido el papel de ciudades dormitorios para los trabajadores de las fábricas. Es un
proceso que tiende a disminuir con la expansión del corte mecanizado. Otros aspectos
merecen destaques en la actual configuración del negocio agrícola de la caña: la
cuestión de los impactos tecnológicos sobre la mano de obra; las condiciones de
trabajo degradantes presentes en la actividad; la concentración del poder de los
capitales agroindustriales y de las tierras y la conversión de áreas de producción
agrícola tradicional por los monocultivos, provocando el monopolio de las tierras y
aumento de los conflictos agrarios.