Este texto analisa a concepção comunitarista de democracia e sua correlação
com a gestão da educação, discutindo o potencial heurÃstico da mesma para se
compreender questões ligadas à forma como as polÃticas públicas são
concebidas e implementadas no campo da educação frente às exigências de
administração democrática da escola pública. A concepção contratualista da
democracia é apresentada, inicialmente, como contraponto, no sentido de
mostrar como o comunitarismo surge a partir das crÃticas ao pensamento liberal
ancorado no princÃpio ético-polÃtico do contrato social. Mostra-se como, a partir
do comunitarismo, questões ligadas à identidade e à diferença deveriam ser
tratadas na esfera da deliberação pública, sobretudo quando se tratam de
polÃticas de ação afirmativa, cotas quando compreendidas na forma de garantia
do reconhecimento. A democracia comunitarista, de certa forma, contrapõe-se
à concepção de democracia como meio para se resguardar a autonomia da
pessoa ou indivÃduo, tal como defendida pelos liberais. Mostra-se que a
concepção de democracia como forma de vida, como cultura, como fim em si
mesma, seria mais adequada ao comunitarismo, o que daria a escola uma
caracterÃstica especial para se desenvolver a cultura democrática. Discute-se
qual tipo de democracia podemos ter e podemos desejar, frente Ã
contraposição da tendência comunitarista ao contratualismo e perante os
marcos restritos do próprio comunitarismo diante das exigências da formação
humana ligadas à democracia popular. Aponta-se para a necessidade de
ultrapassagem dos limites do comunitarismo para que uma democracia radical
possa se consolidar.
The comunitarianist conception of democracy and the education
This paper analyzes the communitarianism as a perspective of collective
decision to think democraticy in public educational policies and in public school
administration. First I present the contractarian conception of democracy as a
counterpoint to discuss questions about how communitarianism difine the limits
and scope of political education and school as a place of coletive deliberation.
What is specificaly focused is how question about identity and difference must
be democratically treated. The communitarianist conception of politics is
showed as a view of the public deliberation that conceives democracy as form
of life, as cultural inheritance, what is its main point of desagreement with
contractarian conception of the democratic participation that views participation
above all as mean to ensure the liberal autonomy of the individual. It is showed
that this kind of desagreement is linked with te differents conception of the
people and its formation. The main issue for the communitarian democracy is
about recognition and differences not autonomy and universality. The critic of a
communitarian democracy is made in a other way of taking the collective
dimension of democracy whose aim is the radicalization of the popular
participation in polical life. This critic help us to think what kind of democracy we
have and want and how this is linked with the human formation.