Conhecimento e atuação política: a arte e a ancestralidade africana no livro Desde que o samba é samba, de Paulo Lins

Opiniães

Endereço:
Av. Prof. Luciano Gualberto, 403, salas 04 e 09 - Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, FFLCH, USP - Butantã / Cidade Universitária
São Paulo / SP
05508-900
Site: http://revistas.usp.br/opiniaes
Telefone: (11) 3091-4289
ISSN: 25258133
Editor Chefe: Comissão Editorial
Início Publicação: 31/12/2009
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

Conhecimento e atuação política: a arte e a ancestralidade africana no livro Desde que o samba é samba, de Paulo Lins

Ano: 2017 | Volume: 1 | Número: 10
Autores: Luciana Marquesini Mongim
Autor Correspondente: L. M. Mongim | [email protected]

Palavras-chave: samba, ancestralidade, estética, ética, cultura afro-brasileira, literatura brasileira

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo centra-se na leitura do livro Desde que o samba é samba, de Paulo Lins, a partir da relação entre vida e arte e da ancestralidade presentes no romance. A vida relacionada à arte evidencia um trajeto de lutas e resistências permeado pela produção e uso da música em sua potência estética e política. A ancestralidade, entendida como princípio norteador da vida dos afrodescendentes e de produções discursivas identitárias do povo que sofre a diáspora e o preconceito racial, funciona como escolha estética para narrar o surgimento do samba e enfatizar sua origem negra, configurando-se, também, como espaço de conhecimento e atuação política. A leitura proposta será fundamentada pelos pressupostos das teorias culturais de Homi Bhabha, pelas relações identitárias analisadas por Stuart Hall, pelas análises da história política e cultural negra no ocidente desenvolvidas por Paul Gilroy e pelos postulados filosóficos de Eduardo Oliveira pensados a partir da cosmovisão africana.



Resumo Inglês:

This article focuses on reading the book Desde que o samba é samba, by Paulo Lins, from the life and art relationship and the ancestry themes present in the novel. The association between life and art displays a path of strife and resistance permeated by the production and use of music in its aesthetic and political power. Understood as a life-guiding principle to African descendants and to the identity discourses of those who have gone through diaspora and racial prejudice, ancestry acts as an aesthetic choice to narrate the emergence of samba and to emphasize its black origin, working as a space for  knowledge as well as political action. This reading relies on the assumptions made by Homi Bhabha’s cultural theories, by the identity relations analyzed by Stuart Hall, by Paul Gilroy’s analysis of western Black political and cultural history and by the philosophical postulates by Eduardo Oliveira from an African worldview.