CONHECIMENTO ETNOBOTÂNICO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR MORADORES DE UM MUNICÍPIO RIBEIRINHO NO INTERIOR DO ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL

Arquivos de Ciências da Saúde da Unipar

Endereço:
Praça Mascarenha de Moraes, 4282 - UNIPAR - Zona III
Umuarama / PR
87502210
Site: https://www.revistas.unipar.br/index.php/saude
Telefone: (44) 3621-2828
ISSN: 1982-114X
Editor Chefe: Giuliana Zardeto
Início Publicação: 31/01/1997
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências da Saúde

CONHECIMENTO ETNOBOTÂNICO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR MORADORES DE UM MUNICÍPIO RIBEIRINHO NO INTERIOR DO ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL

Ano: 2022 | Volume: 26 | Número: 1
Autores: SILVA, Z. G. da; LEONE, F. R.; CELLA, W.
Autor Correspondente: CELLA, W. | [email protected]

Palavras-chave: Etnobotânica. Plantas Medicinais. Fitoterápicos. Ethnobotany. Medicinal Plants. Herbal Medicines

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Mesmo com a evolução do conhecimento científico, a utilização de plantas medicinais é uma das práticas mais antigas ainda realizadas pelo homem, especialmente pelos habitantes de comunidades e municípios do interior do Brasil, principalmente em regiões com baixos índices de desenvolvimento humano. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo etnobotânico sobre as plantas medicinais utilizadas pelos moradores de um bairro localizado em um município ribeirinho do interior do estado do Amazonas. Participaram do estudo cem indivíduos, e os dados obtidos pela pesquisa foram compilados por meio de um formulário, contendo 14 questões (objetivas e discursivas). Os resultados demonstraram que 95% dos moradores faziam uso de plantas medicinais. Foram citadas 89 espécies, pertencentes a 48 famílias botânicas, com destaque para a Lamiaceae. As plantas mais citadas foram: Plectranthus barbatus (boldo) – 6,1%, Citrus sinensis (laranjeira) – 5,8% e Allium sativum (alho) – 4,7%. No entanto, quando analisado o índice de concordância (porcentagem de uso principal = CUP), a Citrus sinensis (laranjeira) apresentou um CUP de 80,9%, seguida por Plectranthus barbatus (boldo) e Disphania ambrosioides (mastruz), com 68,1% e 61,5%, respectivamente. Com relação ao modo de preparo, 61,1% citaram infusão, e as principais enfermidades tratadas foram as dores de estômago, com 13,1%. É importante enfatizar a necessidade de mais estudos acerca dos reais benefícios dessas ervas, a fim de que a divulgação de tais informações possa complementar o conhecimento empírico já difundido entre a população local. Dessa forma, será possível ampliar o conhecimento etnobotânico como um todo e, consequentemente, promover saúde e bem-estar.



Resumo Inglês:

Despite the evolution of scientific knowledge, the use of medicinal plants is one of the oldest practices still used by men and, especially by the inhabitants of communities and municipalities of the interior of Brazil, mainly in regions with low human development rates. The purpose of this work was to perform an ethnobotanical study on medicinal plants used by residents of a neighborhood located in a riverside city in the interior of the state of Amazonas. A total of 100 individuals participated in the study, with data being obtained through the use of a form containing 14 open and closed-ended questions. The results showed that 95% of the residents used medicinal plants. A total of 89 species, belonging to 48 botanical families were mentioned, with emphasis to Lamiaceae. The plants that were most frequently mentioned were Plectranthus barbatus (locally known as boldo) – 6.1%; Citrus sinensis (orange tree) – 5.8%; and Allium sativum (garlic) – 4.7%. However, when analyzing the agreement index (percentage of main use = CUP), Citrus sinensis (orange tree) presented a CUP of 80.9%, followed by Plectranthus barbatus (boldo) and Disphania ambrosioides (Mexican tea), with 68.1 and 61.5%, respectively. In relation to the method of preparation, 61.1% cited infusion, with the main disorder treated being stomachache, with 13.1%. It is important to emphasize the need for further studies on the actual benefits of these herbs so that the dissemination of the information can complement the already widespread empirical knowledge among  the local population. Thus, it will be possible to expand the ethnobotanical knowledge as a whole and, consequently, promote health and well-being.