Recuperando uma experiência de pesquisa etnográfica no estado de Santa Catarina, Brasil, neste artigo discute-se a relação entre conhecimentos, memórias, imitações e processos criativos entre agricultores ecológicos. A pesquisa foi realizada com agricultores familiares ecologistas entre 2008 e 2009 em diferentes situações, especialmente em reuniões, visitas técnicas e em feiras, além de terem sido realizadas entrevistas individuais. Conhecimentos se articulam a memórias e às práticas de gerações anteriores, mas o senso de experimentação dos agricultores é fundamental em atividades cotidianas, organizando-se numa dança entre imitação, adaptação e criação. Os conhecimentos que circulam fazem parte de um patrimônio de relações e da cultura: atualizam-se, recompõem-se, renovam-se e geram diversidade. Tal processo é oriundo de relações na agricultura que, portanto, envolve seres não-vivos e seres vivos não-humanos cuja dinâmica de geração, maturação e interações não é totalmente controlada pelos humanos.
Recovering an ethnographic research experience in the state of Santa Catarina, Brazil, in this article I discuss the relationship between knowledge, memories, imitations and creative processes among ecological farmers. Between 2008 and 2009, I joined ecological family farmers in different situations, especially at meetings, technical visits and at street-markets. In addition, I have conducted individual interviews with them. Knowledge is linked to memories and the practices of previous generations, but farmers' sense of experimentation is fundamental in everyday activities, showing itself in a dance between imitation, adaptation and creation. The knowledge that circulates is part of a culture heritage: this knowledge is updated, recomposed, renewed and generates diversity. Such a process comes from relationships in agriculture, therefore, involving non-living beings and non-human living beings whose dynamics of generation, maturation and interactions are not fully controlled by humans.
Recuperando una experiencia de investigación etnográfica en el estado de Santa Catarina, Brasil, este artículo discute la relación entre saberes, memorias, imitaciones y procesos creativos entre agricultores ecológicos. La investigación se realizó con agricultores familiares ecologistas entre 2008 y 2009 en diferentes situaciones, especialmente en reuniones, visitas técnicas y ferias, además de entrevistas individuales. Los saberes se articulan con memorias y prácticas de generaciones anteriores, pero el sentido de experimentación de los campesinos es fundamental en las actividades cotidianas, organizándose en una danza entre imitación, adaptación y creación. El saber que circula es parte de un patrimonio de relaciones y cultura: se actualiza, se recompone, se renueva y genera diversidad. Este proceso proviene de las relaciones en la agricultura, que por lo tanto involucran seres no vivos y seres vivos no humanos cuyas dinámicas de generación, maduración e interacciones no están totalmente controladas por los humanos.