No século XVII, o pietismo reflete um descontentamento em relação aos rumos do protestantismo luterano, mas ainda uma reação à ortodoxia que, de certo modo, adulterava o espÃrito da piedade cristã pregado por Lutero. Nesse aspecto, o pietismo pode e deve ser considerado como uma reforma dentro da reforma. Ele terá um caráter ecumênico e não se estrutura em linha de ruptura com as igrejas estabelecidas. O pietismo terá uma importância crucial no desenvolvimento da cultura germânica. Podemos listar alguns personagens que sofreram sua influência: entre outros, Kant, G. H. Schubert, Moisés Mendelsohn, Schleiermacher, Novallis, Goethe e mesmo Sigmund Freud. Em Goethe, por exemplo, o pietismo será significativo no seu Os anos de aprendizagem de Wilhelm Meister. Tornando-se peça-chave da estética romântica, o livro VI, “Confissões de uma bela almaâ€, é o capÃtulo religioso do romance, mas sobretudo um formidável documento sobre o pietismo e seus desdobramentos na Alemanha. A partir da compreensão de que o pietista é o artesão da própria fé (a idéia presente é a de que a salvação está ligada à fé pessoal de cada qual) o movimento religioso pode ser visto em três fases.