CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS SOBRE O TRABALHO DE CAMPO EM INSTITUIÇÕES POLICIAIS MILITARES

Sociologias Plurais

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ISSN: 23169249
Editor Chefe: Patricia dos Santos Dotti do Prado
Início Publicação: 05/10/2012
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: História, Área de Estudo: Sociologia

CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS SOBRE O TRABALHO DE CAMPO EM INSTITUIÇÕES POLICIAIS MILITARES

Ano: 2012 | Volume: Especial | Número: 1
Autores: Antonio Alberta Brunetta
Autor Correspondente: Antonio Alberta Brunetta | [email protected]

Palavras-chave: Polícia Militar, Metodologia de Pesquisa, Produção de Conhecimento

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O trabalho busca rediscutir questões que considerei como fundamentais durante a realização do trabalho de campo da pesquisa “Reforma Intelectual da Polícia Militar98”, na qual a abordagem metodológica não foi premeditada, mas ousou ultrapassar o limite convencional da instrumentalização de sua prática, de modo a garantir a prerrogativa da “pesquisa como relação social de conhecimento”. Apesar do esforço de sistematização contido nas construções metodológicas das pesquisas sociológicas, essas ficam muito aquém da complexidade real das pesquisas, sobretudo quando se considera as pesquisas e a universidade como entidades que interagem na dinâmica social. Levandose em conta que a produção do conhecimento tem origem e sentido inexorável nas relações sociais que se estabelecem na pesquisa social, é que se busca argumentar em defesa da garantia que a investigação fundamente-se nas relações sociais que a preconizam. A pesquisa - desenvolvida junto à Diretoria de Ensino e Cultura (DEC) da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) e suas cinco escolas (Escola Superior de Soldados, ESSd; Escola Superior de Sargentos, ESSgt; Escola de Educação Física, EEF; Centro de Altos Estudos em Segurança, CAES; Academia de Polícia Militar do Barro Branco, APMBB) - , por meio de entrevistas com os coronéis que as comandam, não pode ser furtar a manter certo distanciamento das questões ideológicas no trato com seus sujeitos, de modo a não confrontar doutrinas e impedir a coleta de dados. No entanto, o pesquisador também não pode se privar, quando confrontado pelas afirmações dos coronéis, a contrapor suas convicções profissionais como síntese de seus posicionamentos ideológicos. A intenção em discutir essas questões se resume à busca por tematizar sobre a produção de pesquisa junto ao universo policial militar, tendo em vista compartilhar procedimentos que não se referem propriamente às questões metodológicas, mas sim às posturas do pesquisador diante de sujeitos cujo pertencimento ao topo da hierarquia militar os torna, aparentemente, tão convictos e rígidos, mas não impossibilitados ao franco diálogo.