Não apenas pela natureza sistemática do projeto hegeliano como pela importância que a teoria da subjetividade inconfundivelmente assume para ele, a filosofia da história, como outros elementos, não pode ser satisfatoriamente compreendida sem uma análise conjunta do caráter histórico da subjetividade. Uma vez que subjetividade e intersubjetividade se sustentam e justificam mutuamente, toda teoria da história é sempre e necessariamente também uma teoria sobre as biografias, individuais, e as formas da cultura, das coletividades. Ao passo que estes finitos não produzem o todo, o todo tem de poder ser neles encontrado, de maneira que os princípios gerais, como o da história, estão sempre implícitos nos sujeitos e suas comunidades específicas. Somente assim entende-se que a filosofia da história é capaz de resistir às muitas críticas de anulação da individualidade e da incerteza quanto ao destino, oriunda do livre-arbítrio humano. Apresentaremos, portanto, alguns dos intérpretes contemporâneos do hegelianismo buscando enfatizar suas teorias da subjetividade como imprescindíveis para esboços de filosofia da história que preencham os critérios mais atuais.
Due to the systematic nature of the Hegelian Project and the unmistakably important role the theory of subjectivity plays in this project, the philosophy of history, as well as many other aspects of the system, cannot satisfactorily be understood without a joint analysis of the historical character of subjectivity. Since subjectivity and intersubjectivity are mutually supportive and justify each other, any theory of history is consequently and necessarily also a theory on biographies (individuality) and on the forms of culture (collectivity). Whereas these finites cannot produce the whole, totality has to be found in them so that the general principles, such as that of history, are always implicit in individuals and their specific communities. Only then can the philosophy of history resist against the numerous allegations of annihilation of individual freedom and the uncertainty of destiny, which derives from human free will. This article will therefore present some contemporary interpreters of Hegel whose theories of subjectivity are indispensable for the essays on the philosophy of history that comply with the most recent criteria.