Construções de intersubjetividade são utilizadas pelos falantes para estabelecer coordenação cognitiva com outros sujeitos (Verhagen, 2005), por exemplo marcando cálculos do falante acerca de estados mentais do interlocutor e servindo a funções comunicativas. Seguindo o referencial teórico da Gramática de Construções Baseada no Uso (Goldberg, 2006), identificamos que a Construção Bem Que S, exemplificada por frases do tipo “Bem que me avisaram que ia chover” e “Eu bem que poderia ir à praia”, pode ser considerada intersubjetiva. Nosso objetivo final é, reconhecendo primeiramente uma certa unidade discursiva nos seus usos, demonstrar, por meio de uma análise qualitativo-interpretativa, que há também uma grande diversidade conversacional nas suas instanciações, propondo uma sistematização das funções comunicativas associadas a essa construção.
Constructions of intersubjectivity are used to establish cognitive coordination between subjects in an interaction (Verhagen, 2005), for example marking the speaker’s calculations about the interlocutor’s mental states and serving communicative functions. Within the theoretical framework of Use-Based Construction Grammar (Goldberg, 2006), we point out that the Bem Que S Construction, instantiated in utterances literally translated to “Well that I was told it was going to rain” and “Well that I could go to the beach”, is to be considered intersubjective. Here, we recognize, at first, a certain discursive unity in its uses; then our aim is to demonstrate, via a qualitative-interpretative analysis, that there is also a great conversational diversity in its instanciations. Finally, we offer a systematization of the communicative functions associated with this construction.