Nos anos 1960, a cidade do Rio de Janeiro foi concebida a partir do ideário construído sobre a memória de uma “República Ipanemense”, lócus da Zona Sul carioca onde se amalgamou uma parcela da vanguarda boêmio-literária nacional, principalmente porque o bairro foi o polo difusor de diferentes movimentos sociais, políticos e culturais que se tornaram importantes no cenário de oposição à ditadura civil-militar no país, como: a contracultura; o Cinema Novo; a Esquerda Festiva; a Banda de Ipanema e o jornal O Pasquim. Neste contexto, foi construída uma memória sobre uma Ipanema Cosmopolita em oposição a Ipanema Provinciana, ou seja, mais que um bairro carioca, era uma “República” que representava a metonímia de Brasil, que lançava moda, hábitos e costumes para outras regiões da cidade e para o país, que apesar de sua popularidade nacional, não era popular e sim bastante elitizada, ao contribuir pra disseminar a cultura do carioquismo.
In the 1960s, the city of Rio de Janeiro was conceived from the ideas built on the memory of a “Ipanemense Republic”, the locus of the South Zone of Rio de Janeiro, where a portion of the national bohemian-literary avant-garde was amalgamated, mainly because the neighborhood was the center for the diffusion of different social, political and cultural movements that have become important in the scenario of opposition to the civil-military dictatorship in the country, such as: counterculture; the “Cinema Novo”; the “Esquerda Festiva”; the “Banda de Ipanema” and the newspaper O Pasquim. In this context, a memory was built on a Cosmopolitan Ipanema in opposition to Provincial Ipanema, that is, more than a neighborhood in Rio, it was a “Republic” that represented the metonymy of Brazil, which launched fashion, habits and customs to other regions of the city and for the country, which, despite its national popularity, was not popular but rather elite, as it contributed to spread the culture of carioquismo.