Por meio da imersão histórica, o presente artigo visa analisar a contribuição dos intelectuais ibero-americanos para o processo de resgate do paradigma identitário latino-americano. Para tanto, lançaremos mão de seis autores centrais, a saber: José Martí; Eduardo Prado; José Rodó; Manoel Bomfim; José Carlos Mariátegui; e Victor Raúl Haya de la Torre.Abordar-se-á o contexto político interamericano da virada do século XIX, que condicionou a exumação do conceito de América Latina. Esta expressão geográfica, de origem exógena, servira originalmente á ambiciosa política pan-latinista de Napoleão III; malogrado projeto que previa a congregação dos povos latinos sob a égide francesa.Após o ostracismo vivenciado por tal conceito, a América Latina fora resgatada e reinterpretada pela intelligentsia ibero-americana, de modo a minar o pan-americanismo monroísta. É a partir dessa iniciativa dos pensadores autóctones que a identidade latino-americana ganha relevância, fato que resultaria na sua consolidação após o advento da CEPAL.