A pergunta que se delineia neste artigo é como, no Brasil, a autonomia política das prostitutas aparece restringida a questões vinculadas à epidemia da AIDS. A idéia da prostituta como sujeito político de direitos deve ser pensada levando em conta que não há uma concepção única sobre a prostituição feminina. Posições diferenciadas são assumidas pelo mesmo ator que pode defender a autonomia das prostitutas em um determinado momento e em outro, ignorá-las. Este artigo é resultado da pesquisa de campo realizada para a elaboração da minha dissertação para o mestrado em Sociologia, que está centrada na organização não-governamental de prostitutas Davida. Neste texto a considero como um dos atores sociais que participam em uma ação coletiva voltada para viabilizar a atuação, com autonomia, das prostitutas na esfera política.