Na América Latina dos anos 1960, a “necessidade histórica†de uma ruptura revolucionária impôs-se de tal forma que, em alguns momentos, até mesmo
partidos conservadores viram-se compelidos a propor uma “revolução em liberdadeâ€. As investidas da contrarrevolução iriam provocar inversões: se, nos
anos 1960, a “revolução†foi o discurso hegemônico, nos anos 1980, o mote dominante foi a “democraciaâ€. Veio incontornável dos debates travados nos
cÃrculos intelectuais e nas organizações partidárias da América Latina durante o fim dos anos 1970 e no transcurso dos anos 1980, a “questão democráticaâ€
pertence ao campo semântico de uma categoria imprescindÃvel para o estudo das revistas polÃtico-culturais latino-americanas desse perÃodo, qual seja, a
democracia. Nesse contexto de transição, parte significativa da batalha das ideias, na América Latina e em outras regiões do Ocidente, estava centralizada na
noção de democracia, reclamada por quase todas as vertentes ideológicas. Tendo em conta esse contexto de transição, proponho-me a analisar, no corpus
de textos de três publicações polÃtico-culturais latino-americanas, a tensão e os nexos entre dois grandes relatos da modernidade: democracia e socialismo.