O presente trabalho tem como objetivo discutir sobre Educação Escolar Quilombola enquanto Modalidade da Educação Básica e sua implementação no Referencial Curricular Municipal de Aurelino Leal –BA, abordando suas contribuições e perspectivas. Essa discussão surge mediante ao processo de construção do DCRAL –Documento Curricular Referencial de Aurelino Leal no ano de 2020, em situação atípica em meio a paralização das aulas com a pandemia do COVID-19. Sabendo-se que, para tratar sobre Educação Escolar Quilombola é preciso primeiramente entender o que é quilombo, sua formação e porque é considerada como uma das formas de resistência negra, conforme aborda Munanga (2006), conceituando quilombo como membros de associação que eram considerados super-homens invulneráveis às armas inimigas, um sentimento de proteção e solidariedade. Sendo assim, quilombo não é um lugar somente de abrigo à escravidão imposta, também poderá ser considerada como uma forma de fortalecer e valorizar seus laços ancestrais, sua cultura, transformando em uma expressão de luta de classe. A trajetória de construção do DCRAL e como a Educação Escolar Quilombola adentra aos poucos na conquista do seu espaço de direito e traz reflexões e contribuições para novas esperanças e perspectivas no fortalecimento da educação escolar nas comunidades remanescentes quilombolas, não somente no município de Aurelino Leal, mas em todo e qualquer município que tenha comunidades remanescentes de quilombo. Uma dessas contribuições é a valorização da formação continuada para os educadores (quilombolas ou não quilombolas), conhecendo e vivenciando a realidade dessa comunidade.
The present work aims to discuss Quilombola School Education as a Basic Education Modality and its implementation in the Municipal Curriculum Framework of Aurelino Leal –BA, addressing its contributions and perspectives. This discussion arises through the construction process of the DCRAL –Aurelino Leal's Reference Curricular Document in 2020, in an atypical situation amid the interruption of classes due to the COVID-19 pandemic. Knowing that, to deal with Quilombola School Education, it is first necessary to understand what quilombo is, its formation and why it is considered one of the forms of black resistance, as discussed by Munanga (2006), conceptualizing quilombo as members of an association who were considered supermen invulnerable to enemy weapons, a feeling of protection and solidarity. Therefore, quilombo is not only a place of shelter from imposed slavery, it can also be considered as a way of strengthening and valuing its ancestral ties, its culture, transforming it into an expression of class struggle. The trajectory of building DCRAL and how Quilombola School Education gradually enters into conquering its rightful space and brings reflections and contributions to new hopes and perspectives in strengthening school education in the remaining quilombola communities, not only in the municipality of Aurelino Leal, but in any and all municipalities that have remaining quilombo communities. One of these contributions is the appreciation of continued training for educators (quilombolas or non-quilombolas), knowing and experiencing the reality of this community.