Este artigo aborda o trabalho das Passagens de Walter Benjamin, tendo como objetivo a análise textual e sóciohistórica da sua construção. Busca lançar luzes sobre a sua concepção e elaboração, que tem como característica o inacabamento, uma constituição fragmentária e constelacional, sem contar o seu aspecto hipertextual. Além das Passagens em si e seu autor, dialoga-se com autores como Willi Bolle, organizador da edição brasileira; Rolf Tiedemann, organizador da edição alemã; Pierre Levy acerca da concepção de hipertexto; a filósofa Olgária Matos; o estudioso Stephen Schwartz; e David Mauas, diretor de um documentário investigativo sobre Benjamin. Adotouse como metodologia a revisitação do percurso histórico e cultural da produção e transformação do projeto das Passagens, utilizando-se inclusive de correspondência do autor, bem como da revisitação das análises feitas pelos organizadores das edições alemã e brasileira. As reflexões aqui expostas levaram à compreensão das Passagens como um dispositivo sistêmico hipertextual complexo, que supera a concepção convencional de um livro