A partir da análise dos Programas Nacionais de Direitos Humanos (PNDH) 1, 2 e 3, promulgados respectivamente em 1996, 2002 e 2010, procuramos dar inteligibilidade as maneiras como foram construídas as interfaces entre raça, (homo)sexualidade e a AIDS, em um contexto de debates acerca dos direitos humanos no Brasil. Partimos da constatação de que essa arena foi marcada tanto pelas influências dos acordos internacionais assinados pelo Brasil como pelas reivindicações de militantes em um contexto de valorização das instâncias participativas. Isso, contudo, despertou resistências neoconservadoras à compreensão dos direitos humanos consolidada nos PNDH, o que explica as disputas políticas e simbólicas sobre os discursos dos direitos humanos nos últimos anos.
Based on the analysis of the National Human Rights Programs (PNDH) 1, 2 and 3, promulgated respectively in 1996, 2002 and 2009, we sought to understand how the interfaces between race, (homo)sexuality and AIDS were constructed in a context of debates about of human rights in Brazil. We start from the observation that this debate was marked both by the influences of the international agreements signed by Brazil and by the demands of militants in a context of appreciation of the participatory instances. This has, however, sparked neo-conservative resistance to the understanding of human rights consolidated in the PNDH, which helps us to understand the political and symbolic disputes over human rights discourses in recent years.