Este artigo tem como objetivo apresentar um estudo sobre as construções comparativas de igualdade em perspectiva Funcionalista (BYBEE, 2003; TRAUGOTT e DASHER, 2005; HEINE e KUTEVA, 2007), em interface com o Cognitivismo Linguístico, no que se refere à Gramática de Construções (CROFT, 2001) e à noção de frame (FILLMORE, 1982). São investigadas motivações sintático-semânticas e pragmáticodiscursivas, como argumentação, modalização e evidencialidade, que concorrem para a fixação de alguns padrões de uso dessas construções. O trabalho é um recorte de uma pesquisa maior, em andamento, e enfoca apenas construções cujos operadores sejam “como” e “como se”. O corpus para análise compõe-se de textos da modalidade escrita do século XX. Verifica-se que a construção apresenta a seguinte virtualidade: elemento comparado + atributo comum + operador de comparação + elemento comparante, podendo ser instanciada por meio de diferentes sintagmas nominais, verbais, entre outros. Trata-se, portanto, de uma macroconstrução (TRAUGOTT, 2008). Há fixação de alguns padrões no interior dessas macroconstruções, como maior integração entre o operador de comparação e o termo comparante nas orações comparativas encabeçadas por “como”. Também se observa que “como se” constitui, por si só, uma construção convencionalizada, selecionando, obrigatoriamente, verbo no pretérito mais-que-perfeito ou no imperfeito do subjuntivo.
This article aims to present a study on the comparative of equality constructions in a functional perspective (BYBEE, 2003; TRAUGOTT e DASH, 2005; KUTEVA e HEINE, 2007), considering cognitive linguistics regarding to grammar construction (CROFT, 2001) and to the notion of frame (FILLMORE, 1982). Syntactic, semantic, pragmatic and discursive motivations are investigated, such as argumentation, modalization and evidentiality, contributing to the establishment of some use patterns of these constructions. The work is part of a larger study in progress, and focuses only on comparative constructions whose operators are "como" and "como se". The corpus consists of twentieth century written texts. Comparative of equality constructions present the following virtuality: compared element + attribute in common + comparison operator + comparing element, which can be represented by different noun phrases and verbs. This is what Traugott (2008) calls macroconstruction. There are some smaller blocks of constructions within these macroconstructions, as the integration between the comparison operator and the comparing element in clauses beginning with "como." It can also be observed that “como se” is in itself a conventionalized construction, selecting, necessarily, verbs in the subjunctive mood.