Consumo de antimicrobianos e o impacto na resistência bacteriana em um hospital público do estado do Pará, Brasil, de 2012 a 2016

Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)

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ISSN: 2176-6223
Editor Chefe: Isabella M. A. Mateus
Início Publicação: 02/01/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Multidisciplinar

Consumo de antimicrobianos e o impacto na resistência bacteriana em um hospital público do estado do Pará, Brasil, de 2012 a 2016

Ano: 2019 | Volume: 10 | Número: 1
Autores: Diego Moreno Fernandes Furtado, Vinicius Sousa da Silveira, Irna Carla do Rosário Souza Carneiro, Danielle Moreno Fernandes Furtado, Monica Pereira Kilishek
Autor Correspondente: Diego Moreno Fernandes Furtado | [email protected]

Palavras-chave: Uso de Medicamentos, Farmacorresistência Bacteriana Múltipla, Anti-infecciosos

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

OBJETIVO: Avaliar o perfil de consumo de antimicrobianos e o seu impacto na resistência bacteriana em um hospital universitário do estado do Pará, Região Norte do Brasil, entre 2012 e 2016. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram selecionadas 279 hemoculturas de pacientes adultos, de ambos os sexos, internados em enfermarias e no Centro de Terapia Intensiva (CTI), para posterior análise dos resultados de culturas de espécimes clínicos. RESULTADOS: As infecções primárias de corrente sanguínea representaram 60,2% do total. Os bacilos Gram-negativos (BGN) foram os microrganismos mais frequentes (51,3%), dos quais os fermentadores mostraram-se resistentes a ceftazidima (83,0%) e a cefepima (76,1%). A resistência do Staphylococcus aureus a clindamicina e a oxacilina atingiu 57,4% e 48,9%, respectivamente. Houve redução, estatisticamente significativa, do consumo global de piperacilina + tazobactam e de vancomicina. No CTI, observou-se a redução do consumo de ceftriaxona, oxacilina, piperacilina + tazobactam e vancomicina e o aumento do consumo de amicacina e meropeném (todos estatisticamente significativos). Os BGN fermentadores e o S. aureus apresentaram correlação positiva e não linear entre o aumento do percentual de resistência e o consumo de cefepima e oxacilina, respectivamente. CONCLUSÃO: O consumo de antimicrobianos e o impacto na resistência bacteriana variaram durante o período analisado, destacando-se a correlação positiva e não linear entre o aumento do consumo de cefepima e oxacilina e o recrudescimento das cepas de BGN fermentadores e S. aureus resistentes, respectivamente.



Resumo Inglês:

OBJECTIVE: To evaluate the profile of antibiotic consumption and its impact on bacterial resistance in a university hospital in Pará State, Northern Brazil, from 2012 to 2016. MATERIALS AND METHODS: A total of 279 blood cultures from adult patients, both sexes, admitted to wards and Intensive Care Unit (ICU), were selected for further analysis of clinical specimen culture results. RESULTS: Primary bloodstream infections accounted for 60.2% of the total. Gram-negative bacilli (GNB) were the most frequent microorganisms (51.3%), of which the fermenters were resistant to ceftazidime (83.0%) and cefepime (76.1%). Staphylococcus aureus resistance to clindamycin and oxacillin reached 57.4% and 48.9%, respectively. There was a statistically significant reduction in overall consumption of piperacillin + tazobactam and vancomycin. In ICU, there was reduction in ceftriaxone, oxacillin, piperacillin + tazobactam and vancomycin consumption and increase in amikacin and meropenem consumption (all statistically significant). Fermentative GNB and S. aureus showed a positive and nonlinear correlation between the increase of resistance rates and cefepime and oxacillin consumption, respectively. CONCLUSION: Antimicrobial consumption and its impact on bacterial resistance varied over the study period, highlighting the positive and nonlinear correlation between increased cefepime and oxacillin consumption and the recrudescence of fermenting BGN strains and resistant S. aureus strains, respectively.