O presente trabalho faz uma análise da Feira das Brecholeiras, realizada semanalmente, embaixo do
viaduto Negrão de Lima, em Madureira, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Trata-se de um
estudo focado no consumo e na sociabilidade presente nesse evento, que comercializa todo tipo de
mercadoria. De bijuterias a roupas de grife. Quase tudo é artigo de segunda mão. Aliando abordagem
etnográfica, por meio da observação participante, e pesquisa bibliográfica, pretende-se mostrar como
esse evento, que reúne principalmente vendedoras, é capaz de atrair todo tipo de frequentador: da
senhora que chega de carro com motorista a pessoas que trazem dinheiro apenas para uma peça de
roupa e até mulheres que buscam apenas conversar com as vendedoras e normalmente não compram
nada, num espaço considerado de pechincha. Um dos objetivos do trabalho é analisar o consumo
como um fenômeno cultural e mediador de relações sociais e a sociabilidade como elemento central
nas relações entre as brecholeiras e os frequentadores da feira. O interesse de algumas frequentado-
ras apenas nas conversas com as vendedoras sinaliza que a Feira das Brecholeiras é um espaço onde as
pessoas buscam estar juntas pelo prazer do encontro, revelando-se num espaço dotado de sociabili-
dade. Nesses casos, o consumo do evento evidencia também como um mediador das relações sociais.
As análises estarão ancoradas em autores como Campbell (2004); Douglas; Isherwood (2013); Barbosa
(2004; 2009); Haesbaert (2014); Maffesoli (2000); Pesavento (2007).