Nos últimos tempos foram lançados dois expressivos documentários cinematográficos no Brasil. Ambos sob a direção de Estela Renner e produção de Marcos Nisti. O primeiro, sobre o consumo infantil e, o segundo, com foco na obesidade entre as crianças. Intitulados, respectivamente, Criança, a alma do negócio (2008)[1] e Muito além do peso (2012),[2] representam mais que um clamor de visibilidade pela opinião pública sobre os temas que abordam. Expõem de maneira clara e direta os problemas sociais decorrentes de um marketing agressivo e de uma alimentação inadequada.
Com efeito, seria demasiado inoportuno questionar se ainda existiria infância? Afinal, uma criança precoce gera um consumidor imaturo. E talvez aí esteja centrado o foco da mídia televisiva, pois bastam trinta segundos de exposição para que uma marca influencie um telespectador infantil, que vulnerável não consegue perceber tal indução e força seus pais a consumir.