Consumo, sociabilidade e memória no processo de ressignifcação identitária: o caso da Feira de Refugiados Chega Junto.

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ISSN: 2525-2828 
Editor Chefe: Veranise Jacubowski Correia Dubeux
Início Publicação: 30/04/2016
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

Consumo, sociabilidade e memória no processo de ressignifcação identitária: o caso da Feira de Refugiados Chega Junto.

Ano: 2020 | Volume: 5 | Número: 13
Autores: Conceição Souza
Autor Correspondente: Conceição Souza | [email protected]

Palavras-chave: identidade; consumo; memória; sociabilidade; interação.

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Resumo Português:

O objetivo deste artigo é procurar entender o papel do consumo, das sociabilidades e da memória no processo de ressignificação identitária dos imigrantes-refugiados que fixaram residência na cidade do Rio de Janeiro, sendo, portanto, este grupo, o objeto de estudo deste trabalho. A sociedade contemporânea apresenta uma complexidade socioeconômica e política que impacta na economia e na rotina de várias sociedades. Neste cenário, o imigrante-refugiado se apresenta como um sujeito híbrido por excelência, símbolo do sujeito contemporâneo e cosmopolita, transitando por fronteiras físicas e simbólicas. O processo de hibridização e ressignificação identitária se dá durante toda a diáspora, onde há o pressuposto da diferença, colocando em oposição o que está dentro e o que está fora. Tem início na desterritorialização, onde estas pessoas são obrigadas a abandonarem seus locais de origem devido a toda sorte de perseguições. O processo continua na reterritorialização, onde se dá a vinculação, a construção de novas territorialidades e a negociação por espaços físicos e simbólicos. É importante ressaltar que a ressignificação identitária ocorre em meio a conflitos e negociações, pois como pano de fundo há o encontro (e confronto) com paradigmas já existentes, tangibilizados por regras e códigos próprios, presentes no cotidiano dos moradores da cidade. O locus de observação é a Feira de Refugiados Chega Junto, que acontece mensalmente no bairro de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro. Enquanto preparam os pratos típicos, os imigrantes-refugiados são invadidos por lembranças de uma vida não mais possível e independentemente do viés transacional, este ato é para eles uma forma de reconstituir vínculos perdidos. Mesmo fragmentada e sujeita a variações, a memória dá a estas pessoas um sentido de continuidade e coerência no tempo. Imersos num novo tecido social, surgem novas identidades, formas de experiências, aprendizados e sociabilidades. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, a observação participante e entrevistas abertas.