CONSUMO VEGETARIANO NA CONTEMPORANEIDADE: UMA REFLEXÃO A PARTIR DO CONCEITO DE POLÍTICA-VIDA DE GIDDENS

Sociologias Plurais

Endereço:
Rua General Carneiro - 9º andar - sala 906 - Centro
Curitiba / PR
80060150
Site: https://revistas.ufpr.br/sclplr
Telefone: (41) 3360-5173
ISSN: 23169249
Editor Chefe: Patricia dos Santos Dotti do Prado
Início Publicação: 05/10/2012
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: História, Área de Estudo: Sociologia

CONSUMO VEGETARIANO NA CONTEMPORANEIDADE: UMA REFLEXÃO A PARTIR DO CONCEITO DE POLÍTICA-VIDA DE GIDDENS

Ano: 2020 | Volume: 6 | Número: 2
Autores: Virginia Therezinha Kestering
Autor Correspondente: Virginia Therezinha Kestering | [email protected]

Palavras-chave: Vegetarianismo, Política-vida, Alimentação.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste texto é abordar a atitude reflexiva em relação à alimentação a partir da esfera do consumo utilizando a adoção da dieta vegetariana como estudo de caso e tendo como abordagem a teoria da reflexividade, em especial a abordada por Giddens. O termo reflexividade tem sido abordado em diferentes escolas sociológicas. No que tange a sociologia da alimentação, muitas vezes ele é utilizado para referenciar os consumidores que assumem uma postura alternativa em relação ao consumo de alimentos como os vegetarianos, por exemplo. O ato de comer é central na nossa relação com as outras espécies animais. Nesse sentido, na primeira parte deste texto, proponho uma discussão a esse respeito, em especial no que tange a percepção e a relação entre humanos e animais em um sistema de produção de carne industrial. Na segunda parte me atenho a discussão específica a respeita da dieta vegetariana como uma identidade alimentar que procura contestar a cultura e as forma de produção vigente. Em função dessa característica questiono em que medida ela se enquadra a uma estratégia de estilo de vida que Giddens denominou de política-vida, uma forma de subjetivação baseados em um modo de fazer política distinta dos modos tradicionais de luta pela emancipação. A partir do diálogo com o trabalho de Micheletti e Stolle (2010), argumento que tanto os vegetarianos motivados por questões éticas quanto por questões pessoais podem ser compreendidos a partir dos conceitos da política-vida.



Resumo Inglês:

This text aims to address the reflexive attitude towards food from the sphere of consumption using the adoption of the vegetarian diet as a case study and taking the theory of reflexivity as an approach, especially that approached by Giddens. The term reflexivity has been approached in different sociological schools. Regarding the sociology of food, it is often used to refer to consumers who take an alternative stance about food consumption, such as vegetarians, for example. Eating is central to our relationship with other animal species. In this sense, in the first part of this text, I propose a discussion in this regard, especially regarding the perception and the relationship between humans and animals in an industrial meat production system. In the second part, I focus on the specific discussion regarding the vegetarian diet as a food identity that seeks to challenge the culture and forms of production in force. As a result of this characteristic, I question to what extent it fits into a lifestyle strategy that Giddens called life-politics, a form of subjectivation based on a way of doing politics distinct from the traditional ways of fighting for emancipation. From the dialogue with the work of Micheletti and Stolle (2010), I argue that both vegetarians motivated by ethical and personal issues can be understood from the concepts of life-politics.