A partir do desenvolvimento do projeto de mestrado da primeira autora e do estudo do artigo “As escolas Públicas de Primeiras letras de meninas: das normas às práticas” (JINZENJI, 2010), percebeu-se algumas diferenças entre o sistema de contratação de professores durante dois períodos, o Imperial e o Regime Militar. Por meio dessas observações, foram levantados alguns questionamentos: Como se deu o processo de contratação dos professores desde a época pombalina no século XVIII até o final do Regime Militar no século XX? Qual é o perfil que o (a) professor (a) deveria ter para ser contratado? Este perfil se modificou ao longo do tempo? Para responder essas questões, foi necessário retornar na história até a era pombalina. Assim, o artigo tem como objetivo elaborar uma história a partir da análise da trajetória da contratação de professores do ensino primário, no período de 1760 a 1985. Foram utilizadas como fontes, as legislações, teses, dissertações e artigos publicados em anais e em revistas que tratam de alguma maneira do professor primário neste período. Da Era Pombalina ao Império, passando pelos períodos republicanos e pelos regimes ditatoriais, os conhecimentos que os docentes dos ensinos primários necessitavam para a contratação mudaram: de saberes elementares, conhecimentos de moral e instrução religiosa para a formação em escolas normais e posteriormente em escolas de nível técnico. Da mesma forma, houve variações nas formas de contratação dos professores, seja por concursos públicos, indicação política, apadrinhamento ou nomeação, surgindo a figura do suplementarista, que atua na escola sem direitos trabalhistas.