Um cenário de debate neokantiano dentro da filosofia analítica, em nossa leitura, avalia o valor da seguinte pergunta: como a codificação dos elementos de uma representação (em Kant: conceitos e intuições) criam espaços de identificação para teorizar as possibilidades de verdade, em dois âmbitos, no analítico e no sintético? No analítico, a teoria envolve a capacidade de interpretar conceitualmente as relações de possibilidade e impossibilidade; no sintético, a teoria envolve a suplementação extra-conceitual do alinhamento com os verificadores, dando uma medida para codificar a contribuição semântica tanto da experiência simpliciter, quanto da experiência com conceitos, feitas por esquemas, sistemas analógicos, etc. Sugerimos revitalizar a teoria das sínteses a priori, dialogando com aspectos kantianos da Sexta Investigaçãode Husserl e confrontando a semântica ortodoxa de inspiração empirista (Carnap). Apesar de, em grande parte, uma teoria dos juízos ser equivalente a uma produção dinâmica de modelos, simplificações e analogias, o foco na produção dos juízos sintéticos e a prioricoloca alguns problemas independentes, que, em nossa leitura, enriqueceriam o universo da filosofia analítica e facilitariam a leitura do desenvolvimento da fase de guinada pragmática, que aconteceu na segunda metade do século XX.
A neo-Kantian debate within analytic philosophy, in our reading, would evaluate the value of the following question: how the codification of the elements of a representation (in Kant: concepts and intuitions) creates spaces of identification to theorize the possibilities of truth, in two fields, the analytical and in the synthetic? In the analytic, the theory involves the ability to conceptually interpret relations of possibility and impossibility; in the synthetic, the theory involves the extra-conceptual supplementation of the alignment with the verifiers, providing a measure to encode the semantic contribution of both experience simpliciterand experience with concepts, made by schemas, analogical systems, etc. We suggest revitalizing the theory of a priori syntheses, dialoguing with Kantian aspects of Husserl’s Sixth Investigationand confronting the orthodox semantics of empiricist inspiration (Carnap). Although, in large part, a theory of judgments is equivalent to a dynamic production of models, simplifications and analogies, the focus on the production of synthetic and a priorijudgments presents some independent problems, which, in our reading, would enrich the universe of analytic philosophy and would facilitate the reading of the development of the pragmatic shift phase, which took place in the second half of the 20th century.